Dia do Orgulho Autista: educação inclusiva no ensino superior é fundamental para o desenvolvimento de alunos com TEA

No dia 18 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Autismo, data dedicada a celebrar e promover a aceitação e a valorização das pessoas com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Este é um momento também para conscientizar a sociedade sobre a importância do suporte para que as pessoas autistas desenvolvam habilidades e competências, e tenham uma vida inclusiva, com o interesse em estudar, ingressar no ensino superior e atuar no mercado de trabalho.

O estudante de Psicologia da Unijorge, Jobim de Sá, é autista e está no 5º semestre do curso. Segundo o aluno, na adolescência foi que despertou o interesse pela profissão, por conta das consultas com psicólogos, e por sua mãe ser psicopedagoga e professora na área. “Optei por estudar Psicologia para entender como funciona a mente humana e saber mais sobre os transtornos psíquicos, que são muito comuns hoje em dia”, diz.

De acordo com Jobim, o fato de ter o TEA não faz da sua rotina diferente dos demais estudantes. Ele conta ainda que não possui dificuldade em compreender as explicações durante a aula, para realizar avaliações e trabalhos em grupo, bem como para interagir com os professores e colegas, inclusive criou um grupo de estudos com outros alunos no semestre passado. Para o estudante de Psicologia, os desafios aparecem quando alguns textos e artigos envolvem termos técnicos, e assuntos específicos que não possui domínio. “Peço ajuda aos colegas e solicito aos professores algum estudo dirigido, porque aprendo melhor desta forma. Como autista, preciso de instruções objetivas e o passo a passo nas disciplinas”.

Para o atendimento e apoio especializado para alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, que inclui o TEA, e com altas habilidades ou superdotação, a Unijorge possui o Núcleo de Acessibilidade, que conduz as ações de inclusão e promove, por meio da Política de Diversidade Humana e Inclusão, um sistema educacional inclusivo, em todas as modalidades de ensino. O professor e coordenador do Serviço de Psicologia da Unijorge, Cauan Reis, explica que, para os estudantes com TEA e outras deficiências, existe uma interlocução constante entre o Núcleo de Acessibilidade e o Serviço de Psicologia da instituição, para atender as demandas tanto psicológicas, como pedagógicas, de forma integrada.

O coordenador acrescenta que o processo de inclusão consiste em criar uma cultura de pertencimento, fazer com que os alunos tenham desenvolvimento no processo de aprendizagem em sala de aula e no aspecto interpessoal. “Realizamos um acompanhamento de perto quando existe a indicação, o suporte é concedido ao aluno, realizamos a orientação ao colegiado, acolhemos as especificidades e, principalmente, reconhecemos as diferenças como potências de aprendizagem”, explica Cauan Reis.

Sobre o acolhimento, Jobim destaca que se adaptou com tranquilidade à Unijorge e diz que sempre foi compreendido. “Sinto que a instituição abraça as minhas particularidades e questões como autista, buscando me ouvir, de forma que eu possa me expressar da minha maneira. Ser autista é apenas um jeito de estar no mundo, e isso não me impede de alcançar meus objetivos”. Foto: Divulgação

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