Estação Cidadania oferece arteterapia aos cidadãos

O espaço Estação Cidadania, gerido pela Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), localizado no bairro de São Marcos, está ofertando aulas de arteterapia para a população. A atividade consiste em uma terapia de grupo, proporcionando ferramentas para que a pessoa seja agente da própria mudança, contribuindo também para o crescimento dos demais participantes do grupo.

Promovida pelo projeto A&M Saúde Sandro Cross Boxe, a iniciativa, que começou em agosto de 2022, acontece uma vez no mês, aliada às demais atividades terapêuticas, que ocorrem sempre às sextas-feiras, a partir das 6h30. Sob o comando da terapeuta Luciana Dórea, os encontros contam com rodas de conversa e vivências com os participantes – a maioria mulheres. “Tem dias que, ainda às 16h, estamos em atividade, sempre em grupo”, declara Luciana.

Ideal para quem quer encontrar o autoconhecimento, a arteterapia ajuda o indivíduo a superar problemas, como conflitos emocionais, dificuldades de se relacionar, superação de traumas, entre outros. A atividade pode ser aplicada em diversas faixas etárias, da infância até a terceira idade, promovendo a avaliação, de reabilitação, de prevenção na área da saúde mental.

Paz interior – De acordo com Luciana, a terapia é ‘pensar, sentir e agir’. “Não adianta fazer uma atividade sem controle mental. Inclusive, o encontro deste mês, em homenagem à Páscoa, foi focado nas emoções. Falamos de família, resgatando a coisa fraternal. Nós trabalhamos o amor e a paz interior. Hoje atendo 80 mulheres, 20 por turma. Muitas já tiveram alta, mas ninguém larga a terapia e a arteterapia, porque sempre temos técnicas novas, ferramentas, e uma sempre se identifica com a outra, então sempre ajuda”.

A copeira de dieta Maria Leide Lima, de 58 anos, entrou no grupo em setembro do ano passado e, desde que começou a participar dos encontros, descobriu muito sobre si. Ela, que viveu um relacionamento abusivo por 35 anos, afirma que a libertação veio após o autoconhecimento na terapia. “Eu primeiro vim para a ginástica e quando descobri essa turma, comecei a participar. Aqui foi meu renascimento”, afirmou.

Satisfeita, ela continuou falando da sua experiência. “A terapia me ajudou a resgatar a confiança e me conhecer. Eu não enxergava que o meu relacionamento era tóxico, eu achava que era proteção, tinha esperança que ele mudasse. Ninguém sabia de nada, eu tinha vergonha de falar, mas com o tempo percebi que não podia mais viver isso. A gente tem que se amar. Então, criei coragem e consegui ‘sair do casulo’. Hoje, estou bem melhor, ainda não estou 100%, mas sei que chegarei lá com a ajuda deste grupo”.

Importância da terapia – Presente desde o primeiro dia de arteterapia, a aposentada Valmira Menezes, de 59 anos, conta que deixa todas as atividades de lado quando acontece o encontro na Estação Cidadania. “Eu saio de Novo Horizonte caminhando e não perco um dia. A terapia mudou minha vida, porque na pandemia eu fiquei enclausurada, não saía, fui engordando, perdendo ânimo e estímulo e, a partir do momento em que me permiti estar aqui, tudo mudou. Hoje, eu criei asas, saí do casulo e hoje sou uma borboleta. Eu não tenho nem palavras, é gratificante demais estar aqui. Deixo de ir para a faculdade (da terceira idade) e para a hidroginástica só para estar aqui”.

O coordenador da Estação Cidadania, Sandro Santana, afirma que o equipamento já vem há quase quatro anos integrando a comunidade de São Marcos e, ao perceber a necessidade dos cidadãos em ter alguém para conversar, desabafar, decidiu integrar a terapeuta à equipe do local. “Como começamos com a melhor idade, vimos o número de pessoas aumentando, percebendo a carência delas, procurando alguém para conversar, mostrando os problemas que estavam passando, e entendemos, com o conhecimento e contato, a importância em atender a comunidade. Graças ao trabalho da terapeuta, mostrando uma outra vida tanto lá dentro como lá fora, hoje atendemos mais de 800 pessoas por mês”.

Estrutura do local – Inaugurado em outubro de 2020, o Espaço Cidadania possui 2,5 mil m² e engloba ginásio poliesportivo, com arquibancada para até 181 pessoas, setor de administração, sala para professores e técnicos, vestiários, chuveiros, enfermaria, academia, banheiros, copa e depósito.

Conhecida pelas atividades esportivas voltadas para crianças e adolescentes dos oito aos 17 anos, a Estação Cidadania oferece, além da terapia para adultos, atividades como caminhada, corrida, treinamento funcional e boxe. Também há atendimentos em nutrição esportiva e terapia funcional. Os interessados em participar devem buscar informações com a administração do local. Foto: Bruno Concha/Secom

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