Diálogos com a Cidade: o que dizem os poetas do spray é lançado em Salvador

Obra é de autoria de José Francisco Paranaguá Guimarães, mesmo escritor de A Arte na Rua

Escritor baiano, José Francisco Paranaguá Guimarães, lança através da editora Pinaúna, dia 18 de abril, às 19 horas, no Goethe Institut Salvador, Avenida Sete de Setembro, 1809 – Vitória, Salvador, o Livro bilíngue (inglês e português) Diálogos com a Cidade: o que dizem os poetas do spray!

A obra une uma vasta coletânea de imagens promovendo uma valiosa compilação que enriquece a literatura da arte urbana, sobretudo através de autores anônimos ou desconhecidos que se manifestam por meio de um rabisco ou colagem em qualquer lugar do mundo.

Paranaguá buscou descrever através de aproximadamente 600 fotografias com diferentes vieses a realidade vista pelo olhar de milhares de artistas anônimos que compõem a cena urbana em diversas cidades do país e pelo mundo. É possível ver a reprodução pinçada no cenário urbano de Salvador, Feira de Santana, Cachoeira (BA), outras cidades brasileiras, a exemplo de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), Porto Alegre (RS), Maceió (AL), Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e de outros países, como: Roma, na Itália, e Paris, Marselha e Estrasburgo, na França. Trata-se de uma forma de observar as estéticas, geometrias e vasta comunicação com o uso de símbolos e sinais. A obra promove um momento de imersão diante de algumas frases que certamente já cruzaram o nosso caminho, mas pouca ou nenhuma atenção recebeu. “É sobre o envolvimento com vagar sobre cada página com degustar nas inimagináveis formas de comunicação urbana espalhadas pelo Brasil e pelo mundo”, cita o autor da obra.

Histórico

O ato de grafitar frases e palavras de ordem sobretudo nas paredes não é uma prática recente. Tudo começou na Idade da Pedra. Historiadores apontam que o grafite é o mais antigo registro gráfico do homem. As cidades, desde as mais arcaicas, sempre foram repletas de mensagens e inscrições que davam o norte da comunicação para moradores e transeuntes. Em maio de 1968, o grafite reaparece na Europa, em Paris, na França, ao redor dos muros internos da Sorbonne, em meio aos movimentos estudantis de opressão política que resultaram em rebeliões de ruas. De predominância verbal, entre palavras de ordem, também se encontravam frases e poemas de amor e humor pintadas e em cartazes.

A repercussão desses atos na França acabou por influenciar movimentos em Nova York, nos Estados Unidos. Em 1972, a arte urbana com a técnica do grafite surge nas paredes dos guetos e dos muros da periferia novaiorquina. Depois as mensagens, letras e imagens começaram a aparecer nos vagões dos metrôs. No Brasil, por volta da década de 70, surgiu em São Paulo uma inscrição de autoria anônima. Depois, poemas e imagens passaram a dialogar com a cidade. Na mesma década, em Salvador, e outras capitais brasileiras, no período da ditadura militar e do movimento estudantil, muros e fachadas foram pichados com frases de protestos, sátiras e jocosas.

Os autores utilizam essa forma de anotar as inscrições como uma voz que procura se comunicar com a população. Para eles, é uma maneira criativa e, muitas vezes, politizada, de comunicação de suas ideias, insatisfações e anseios. São manifestos artísticos muito comuns nas grandes metrópoles com a intenção de chamar a atenção. “A vida dura, os sofrimentos, as revoltas, a tentativa de mudar o mundo, tudo isto está impresso na carne da cidade.

Paranaguá Guimarães é também autor do livro A Arte na Rua – Resgates de Intervenções Artísticas Urbanas em Salvador lançado em 2017.

O que: Lançamento do Livro Diálogos com a Cidade: o que dizem os poetas do spray pela editora Pinaúna, 364 páginas, colorido, bilíngue, capa dura, edição 2023 com preço promocional R$80,00.

Quando: 18 de abril, às 19 horas.

Onde: Goethe Institut Salvador, Avenida Sete de Setembro, 1809 – Vitória, Salvador.

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