‘Para falar sobre pobreza, é indispensável considerar as questões raciais e de gênero’, diz Ireuda ao comentar pesquisa

A vereadora licenciada de Salvador Ireuda Silva (Republicanos) chamou a atenção, nesta segunda-feira (15), para um dado revelador: 46,8% dos lares comandados por mulheres negras sofrem com a insegurança alimentar. Já em Salvador como um todo, 40,9% das famílias vivem algum tipo de insegurança alimentar. A pesquisa foi feita pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e divulgada pelo jornal Correio.

Por outro lado, o contraste: 74,5% as famílias com homens brancos no comando têm plena segurança alimentar. “Essa pesquisa é reveladora em diversos aspectos, descortinando uma realidade para a qual temos alertado há anos. As mulheres negras são um dos grupos mais vulneráveis e estruturalmente discriminados. Duplamente discriminadas, pelo racismo, que atinge toda a população negra, e pelo machismo”, pontua a republicana.

“Além disso, a pesquisa reforça a importância da transversalidade do debate sobre esse tema e também das políticas públicas. Para falar sobre pobreza, fome e insegurança alimentar, é indispensável considerar as questões raciais e de gênero, pois elas andam juntas”, acrescenta.

Salvador é a cidade mais negra fora do continente africano, com mais de 80% dos seus 3 milhões de habitantes autodeclarados negros. “O termo ‘minorias’ está na moda, mas, em Salvador e na Bahia, as pessoas negras são maioria. Então, só o racismo estrutural, com seu aliado de primeira hora, o machismo, explica o fato de a maior parte desse contingente ainda viver em condições de pobreza”, sinaliza.

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