“A carência de moradia digna no Brasil está calcada no racismo”, diz Ireuda em artigo

Em sua coluna mensal no “Nexo Jornal”, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), faz uma defesa da luta por moradia digna no país. Segundo a republicana, trata-se de um direito básico como alimentação, saúde e educação.

Ainda de acordo com Ireuda, a extrema desigualdade no que se refere a condições de moradia está calcada na escravidão. “Ao pensarmos a desigualdade brutal de moradia entre os brasileiros mais pobres e os mais ricos, devemos fazer uma revisão histórica com foco nos séculos de escravidão e também no período pós-abolição. Após a assinatura da Lei Áurea, em 1888, milhões de ex-escravizados foram literalmente abandonados à própria sorte, invisibilizados por um Estado construído por seus suor e sangue. A carência de moradia digna no Brasil está calcada no racismo. É um efeito colateral de mais de 300 anos em que milhões de pessoas foram escravizadas e despersonalizadas, e às quais foi negado qualquer direito fundamental, incluindo o direito de terem um teto. Essa prática, de certa maneira, perpetua-se até hoje”, pontuou.

Ela também lembrou o caso da comunidade Paz e Vida como um dos mais ilustrativos dessa realidade: “Um dos casos mais emblemáticos da cidade de Salvador (entre tantos outros), é o da comunidade Paz e Vida. Em 2018, o local foi cenário de uma tragédia que teve repercussão nacional: uma menina de 11 anos foi baleada e morta durante uma operação policial. Entrei em Paz e Vida por acaso, em 2017, mas logo entendi a minha responsabilidade enquanto vereadora de fazer o que estivesse ao meu alcance para tirar os moradores das condições desumanas em que viviam. Após muito diálogo com a gestão municipal, conseguimos fazer com que centenas de famílias fossem beneficiadas com habitações dignas e seguras. Nesta terça-feira (19), mais de 500 chaves foram entregues.”

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