Desigualdade nas metrópoles bate recorde na pandemia; pobres foram mais afetados

A desigualdade nas metrópoles brasileiras bateu recorde durante a pandemia em 2020. É o que aponta uma pesquisa desenvolvida pelo Observatório das Metrópoles, em parceria com a PUC-RS e o Observatório da Dívida Social na América Latina.

Em entrevista, um dos coordenadores do estudo, o professor Marcelo Ribeiro, da UFRJ, reforçou que mesmo antes da pandemia a diferença já era grande.

“No começo da série histórica, que foi em 2012, os 10% mais ricos da população ganhavam 22 vezes mais do que os 40% mais pobres. Antes da pandemia essa diferença já estava em 29 vezes”, explicou.

Agora, por causa da pandemia da Covid-19, o avanço foi ainda mais acentuado. “Em apenas um ano, a diferença passou para 39 vezes, já estávamos com um nível grande, a desigualdade se acelerou de forma abrupta durante 2020”, disse Marcelo Ribeiro.

Segundo a análise do estudo, houve perda de renda para todos os extratos sociais. “Todo mundo perdeu, mas os mais pobres perderam muito mais do que aqueles do topo da distribuição de renda”, contou Ribeiro.

Os 10% de brasileiros que fazem parte do topo da arrecadação perderam 6,9% de rendimentos, enquanto os 40% mais pobres perderam 34,2%. “A perda dos mais pobres foi mais significativa, em uma situação em que todos perdem, com os pobres perdendo mais, a desigualdade se eleva.

”Na avaliação de Marcelo Ribeiro, é necessária uma mudança de mentalidade para que a situação seja revertida: “A gente precisa discutir enquanto sociedade o que é preciso ser feito para não só reverter para o quadro anterior, de 2019, mas para um processo de fato para reduzir a desigualdade de renda, um processo de mudanças muito mais profundas.”(CNN Brasil)

Categorias: Noticias

Comentários estão fechados