Ireuda Silva repudia artigo machista e gordofóbico de colunista contra Marília Mendonça: ‘Pensamento retardado, sem noção e que legitima ideias retrógradas’

A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), repudiou o artigo publicado pelo colunista do jornal “Folha de S.Paulo” Gustavo Alonso que trata a cantora Marília Mendonça, falecida na última sexta-feira (05), de maneira machista e gordofóbica. No texto, o autor diz que a artista era “era gordinha e brigava com a balança” e que sua aparência não era “atraente” para a música sertaneja.

Para a republicana, um articulista capaz de expressar tamanho preconceito não deveria escrever para um dos principais impressos do país. “Pensamentos como o dessa pessoa legitimam ideias retrógradas que avaliam a mulher com base em sua aparência física e em seu gênero, colocando de lado elementos que de fato são importantes, como talento, esforço e mérito”, diz Ireuda.

Ainda de acordo com a republicana, se Marília fosse homem, o artigo certamente não teria abordado características físicas, trazidas como qualificadores da carreira. “Em 2019, o jovem cantor de sucesso Gustavo Diniz morreu também em um trágico acidente aéreo, tragédia que comoveu o país. Porém, naquela época, não me lembro de ter lido qualquer artigo ou coluna de jornal ressaltando sua estrutura física ou questionando seu talento. A verdade é que a mulher sempre será muito mais cobrada e criticada, mesmo quando faz um bom trabalho”, avalia a vereadora.

Ireuda disse ainda que o colunista demonstrou hipocrisia ao tentar justificar o próprio posicionamento e que demonstra uma visão rasa e ultrapassada do papel da mídia na contemporaneidade. “Com certeza, ele só escreve e publica nesse jornal devido a amizades. Está provado que é uma pessoa que não tem conteúdo nem respeito. Se tivesse noção, não teria atirado na própria cabeça com um pensamento tão minúsculo, tão retardado. Mas acredito na capacidade da Folha e do público não aceitarem mais a publicação desses disparates preconceituosos. Marília foi agredida pelo machismo em diversos momentos de sua carreira, e até depois de sua trágica e triste morte. Todo o meu respeito à sua memória, e solidariedade à família, amigos e milhões de fãs espalhados pelo Brasil”, acrescenta.

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