BA: Supercomputadores são aliados de pesquisadores e cientistas para entender estrutura do coronavírus

Em busca de respostas que ajudem a combater o novo coronavírus no Brasil, pesquisadores e cientistas contam com a ajuda de máquinas capazes de realizar 400 trilhões de operações por segundo (TFlops). Os supercomputadores do SENAI Cimatec, em Salvador, têm sido utilizados, por exemplo, para analisar imagens microscópicas de moléculas do vírus.

Um dos projetos que utiliza esses aparelhos altamente tecnológicos é o “Folding@home”, estudo global gerido pelo departamento de Química da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. A pesquisa aproveita o poder de processamento dos supercomputadores para examinar o comportamento do coronavírus e as interações das proteínas virais – são essas moléculas que determinam qual tipo de célula o vírus irá infectar.

“Foi através dessa capacidade que já foi possível ter uma visão das proteínas que são geradas pela covid-19. Com base nessa visibilidade, é possível desenvolver novos medicamentos com eficiência maior. Nosso supercomputador integra essa iniciativa mundial”, explica Adhvan Furtado, gerente de área de computação do SENAI Cimatec.

O Centro de Computação do SENAI-BA também atua em parceria com a PUC-RJ na verificação de imagens de raio-x e tomografias de pacientes com covid-19. A ideia é que um programa de inteligência artificial seja programado para realizar o diagnóstico de forma mais rápida, baseado na comparação de imagens de órgãos saudáveis. Os pesquisadores esperam conseguir resultados em 40 dias.

“O supercomputador é um ativo necessário para que simulações complexas sejam feitas. E muitas universidades, centros de pesquisas e pesquisadores autônomos não têm acesso a eles. Então, nossa ideia é que a gente consiga, com base nesse projeto, disponibilizar essa infraestrutura para que qualquer um possa usá-la e pôr em prática suas ideias”, ressalta Furtado.

Em outra linha de estudo, os equipamentos comparam dados estatísticos de diversos países para identificar as medidas mais eficazes que impedem a propagação da doença. Os supercomputadores estão disponíveis até 30 de junho. Junto com o acesso, será disponibilizado apoio para o uso do ambiente de supercomputação, suporte para compilar código, execução, seleção de bibliotecas e atividades que possam acelerar a obtenção de resultados.

Qualquer pesquisador ou startup com base tecnológica pode utilizar esses recursos. Para isso, os interessados devem se inscrever pelo link hpc2covid19.fieb.org.br.

Para reduzir o desabastecimento de insumos na área da saúde, o SENAI lançou, em nível nacional, o edital de inovação para a indústria, que investirá em projetos destinados a prevenir, diagnosticar e tratar a covid-19 e que sejam de aplicação imediata. Isso inclui, por exemplo, a recuperação de aparelhos danificados e a aquisição e produção de materiais como álcool em gel e máscaras.

“A nossa atuação será no suprimento de problemas, como os testes rápidos para a detecção da doença. No isolamento, ter uma gama ampla desses testes vai ser de grande importância, bem como a fabricação de ventiladores (respiradores). Estamos focando em ações que vão ao encontro das necessidades da sociedade, do país e da indústria brasileira”, aponta o diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi.

O investimento disponível para empresas e startups chega a R$ 30 milhões, se somadas as duas chamadas da licitação, e cada projeto poderá captar até R$ 2 milhões. Para participar do edital de inovação, as proposições podem ser realizadas por meio do WhatsApp, no número (61) 99628-7337 ou pelo e-mail [email protected].

Essas e outras ações do SENAI fazem parte da campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”, que também conta com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das Indústrias dos 26 estados e do DF. Mais informações podem ser acessadas nas redes sociais de cada entidade.

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