Construção Civil está entre os setores com maior risco de acidentes de trabalho

Especialista dá dicas de como prevenir riscos laborais

Nos últimos dias, em Salvador, operários ficaram feridos após acidente em obra no Corredor da Vitória. Esse é apenas um exemplo dos vários que acontecem no ramo da Construção Civil. Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho, a taxa de mortalidade no trabalho no Brasil é de 5,21 mortes para cada 100 mil vínculos. Na Construção Civil, os dados assustam: a taxa chega a 11,76 casos para cada grupo de 100 mil. As principais causas desses acidentes são impactos com objetos, quedas, choques elétricos e soterramento ou desmoronamento.

A médica do trabalho e especialista em Saúde e Bem-estar e Conselheira Consultiva, Ana Paula Teixeira, conta que o risco de um trabalhador da construção morrer trabalhando é duas vezes maior do que o dos empregados dos demais setores. “A Construção Civil é o primeiro nicho do país em incapacidade permanente, o segundo em mortes (perde apenas para o transporte terrestre) e o quinto em afastamentos com mais de 15 dias. O segmento também é um dos líderes em afastamento previdenciário”, ressalta.

Ana Paula Teixeira ainda explica que, ao analisar as notificações de acidentes de trabalho na área, destacam-se queda de altura (36%), impacto contra pessoa/objeto (18,7%), veículo de transporte (13,2%), queda do mesmo nível (8,79%), máquinas e equipamentos (7,69%). Quanto às lesões mais frequentes, observam-se fraturas (25,4%), cortes, lacerações, feridas contusas, puncturas (18,9%), lesões imediatas (11,5%), escoriações, abrasões (9,45%), contusões, esmagamentos (8,26%).

Prevenção

Estes dados reforçam a necessidade de medidas preventivas e treinamentos específicos para proteger os trabalhadores, já que o descumprimento das normas de segurança e as más condições laborais continuam a ser as principais causas desses acidentes. Neste sentido, a médica diz que a adoção de medidas preventivas pode fazer toda a diferença.

“Forneça, treine, fiscalize e garanta a utilização correta de EPIs; realize a manutenção de equipamentos; faça avaliações periódicas da saúde dos trabalhadores e capacitações frequentes contra riscos ocupacionais; estabeleça canais de comunicação claros e eficientes para que os trabalhadores possam relatar condições inseguras, acidentes ou sugestões de melhoria; e siga as normas e regulamentações de segurança ocupacional estabelecidas pelas autoridades competentes. Vale lembrar que promover um ambiente de trabalho saudável, com medidas que reconheçam e mitiguem os fatores psicossociais e gerenciem o estresse, também são cruciais para promover saúde e bem-estar aos colaboradores”, sugere a médica, que ainda recomenda o investimento em consultores que atuam com essa finalidade. Além disso, é fundamental que as empresas prestadoras de serviços e subcontratações sempre se certifiquem que os profissionais que prestam serviços tenham a qualificação e habilitação comprovadas. Foto: ilustração | Freepik

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