Quase 50% dos jovens deseja ter seu próprio negócio

Pesquisa do Nube comprovou como quase metade desse público tem o sonho de empreender

A pandemia levou a fortes desafios para os empreendedores no Brasil e no mundo. Contudo, com o controle da crise sanitária, o cenário voltou a ser animador para essa galera, chamando a atenção de mais pessoas à possibilidade. Dessa maneira, o Nube – Estagiários e Aprendizes, realizou uma pesquisa em seu site, entre 22 de abril e 5 de maio, perguntando “Você tem interesse em ter seu próprio negócio?”. Ao todo, participaram 3.728 respondentes e o resultado final foi impressionante.

45,14% sonha em ser independente

A maior parte, somando quase metade do estudo, com 1.683 votos, quer ter uma empresa e ser independente. Segundo dados do Sebrae, as mulheres representam 40% dos novos empresários no Brasil e os jovens, com idade inferior a 30 anos, correspondem a 25% desse total. Levando em consideração o índice de desemprego, com a ascensão desse mercado, houve uma melhora significativa, com a diminuição da taxa para 9%, o menor nível em cinco anos.

Tais números mostram o potencial positivo do setor. “As vantagens variam conforme os objetivos de vida. Quando se trabalha para alguém, o progresso muitas vezes depende de fatores externos, como a disponibilidade de vagas e a estrutura de planos de carreira. No caso de um empreendedor, tem-se a liberdade de alinhar o negócio com seus objetivos pessoais e pode fazer mudanças conforme necessário. Alguns criam espaços, desenvolvem-nos e eventualmente vendem para se aposentar, enquanto outros têm o objetivo de sustentar a si e suas famílias ou expandir e franquear ideias. A principal vantagem é a autonomia para decidir, alinhado com metas”, pontua Hugo Domenech, analista de treinamento e desenvolvimento do Nube.

2,41% quer diminuir a carga de trabalho

Um percentual baixo do levantamento (2,41%), somando 90 sujeitos, se interessou por abrir uma empresa “porque vai ganhar muito mais e trabalhar menos”. Todavia, a afirmação não é sempre verdadeira. “Essa visão é equivocada. No início, o responsável, muitas vezes, assume múltiplos papéis, lidando com variadas funções e responsabilidades. Com o tempo e o crescimento do estabelecimento, será possível contratar mais gente e delegar tarefas, mas isso só acontece após muito serviço, tempo e dinheiro”, afirma o analista.

Assim, é comum encontrar o dono realizando demandas distintas, indo além de apenas a administração. “Inicialmente, você fará de tudo, desde a contabilidade até o atendimento ao cliente. Somente quando a companhia estiver bem estabelecida será possível começar a ver retornos significativos. Portanto, é importante desmistificar essa ideia de menos mão na massa e focar na realidade para alcançar êxito. Ou seja, é imprescindível muito esforço e empenho”, complementa.

Já 33,26% consideraram abrir seu próprio negócio daqui um tempo

Para 1.240 dos integrantes na pesquisa (33,26%), essa não é uma opção considerada no momento, porém talvez no futuro. “Empreender não é um talento nato. Trata-se de um grupo de habilidades para serem desenvolvidas ao longo do tempo, assim como qualquer outra competência. Exige estudo, persistência e resiliência. A frustração é uma parte comum do caminho, mas aprender a se reinventar e tentar novamente é fundamental para alcançar o sucesso. Grandes nomes destacam a importância de ser resiliente e estar sempre disposto a aprender com os próprios erros”, explica.

O número de quem não se vê empreendendo chegou a 17,17%

Cerca de 640 participantes (17,17%) afirmaram ter o foco destinado em maior segurança e estabilidade, se esquivando de oportunidades tão arriscadas. “Os retornos financeiros podem variar significativamente e dependem de vários fatores, incluindo o estágio de desenvolvimento da entidade e o cargo ocupado. Inicialmente, você provavelmente investirá mais ante o lucro. No entanto, muitos lugares começaram como pequenos projetos, como a Microsoft ou a Apple, as quais surgiram em garagens. Estar empregado em uma boa organização pode fornecer a base e o conhecimento necessários para iniciar a ideia até ela decolar. A longo prazo, os ganhos podem ser maiores, mas requer paciência e uma atuação contínua”, explica o especialista.

Nesse sentido, existem diversos pontos de partida e maneira de começar. “Algumas dão o start em grandes marcas e se destacam, extrapolando a visibilidade da própria corporação e tornando-se referência. Muitos usam disso para pleitear cargos e salários melhores, outros iniciam sua própria jornada. No entanto, é importante ser ético e muito transparente. Do contrário, é um atalho rápido para manchar sua imagem e fracassar em sua empreitada. Também é crucial tomar cuidado com propriedades intelectuais e patentes”, indica.

O medo de enfrentar dificuldades foi a escolhas de 2,01%

A minoria (2,01%), não considera a alternativa devido ao receio de falhar por conta dos muitos desafios. Essa predileção foi assinalada por 75 indivíduos. De fato, são muitas as dificuldades encontradas no percurso, principalmente aos novatos. “Um dos maiores é conciliar as responsabilidades cotidianas com a nova rotina laboral. Muitas vezes, você precisará equilibrar seu emprego, estudos, vida pessoal e o desenvolvimento desse sonho”, afirma Domenech.

Logo, o principal para garantir bons frutos nesse viés é ter paciência e dedicação. “No início, provavelmente não haverá retornos suficientes para substituir uma ocupação formal. Portanto, é importante ir devagar, inserindo tempo e recursos de forma prudente, sem comprometer as finanças ou demandas principais. Este período é indispensável para entender os impasses e adquirir experiência prática. Com o tempo, você poderá considerar a transição para dedicar-se integralmente”, finaliza.

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