Momentos de leitura estão presentes na rotina de menos da metade das creches e pré-escolas, aponta estudo

Pesquisa foi realizada ao longo de seis meses em quase quatro mil turmas de instituições públicas, de 12 cidades brasileiras. Abril é o mês de celebração da literatura, com duas efemérides: Dia Nacional do Livro Infantil (18) e do Dia Mundial do Livro (23)

As instituições de Educação Infantil têm um papel fundamental em aproximar as crianças da cultura escrita e garantir o acesso à leitura. Apesar disso, a atividade de mediação de livros de histórias ocorreu em apenas 45% das turmas de Educação Infantil pesquisadas, sendo que 5% destas práticas foram realizadas sem apoio de planejamento pedagógico, de acordo com o estudo “Avaliação da Qualidade da Educação Infantil: um Retrato pós-BNCC (Base Nacional Comum Curricular)”.

Além da mediação literária, outras práticas de leitura e escrita também não foram oferecidas para 39% das turmas observadas. E em 61% das turmas onde estas práticas ocorreram, em 23% elas não foram pensadas a partir de uma estratégia que oportunizasse o protagonismo das crianças por meio do brincar, como é preconizado para esta etapa da educação.

“Ao considerar os benefícios que a leitura de livros de história oferece às crianças, especialmente na primeira infância, é indispensável que creches e pré-escolas adotem a mediação da literatura como uma aliada pedagógica, a fim de garantir, não somente o acesso à cultura letrada, mas também a construção de um olhar crítico da realidade que as cerca”, diz Juliana Yade, coordenadora de Educação Infantil do Itaú Social.

Em abril, duas datas destacam a relevância da leitura para o desenvolvimento, a aprendizagem, o acesso à cultura e o convívio social: Dia Nacional do Livro Infantil (18) e Dia Mundial do Livro (23). Ao longo de sua trajetória profissional, o escritor Ziraldo, autor do clássico “Menino Maluquinho” e que faleceu neste mês aos 91 anos, sempre chamou a atenção para a relação marcante da criança com o livro.

A pesquisa foi realizada com o apoio do Itaú Social e do Movimento Bem Maior pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, em parceria com o Lepes (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social) da Universidade de São Paulo. Foram mapeadas 3.467 turmas, sendo 1.683 em creches e 1.784 na pré-escola, nas cinco regiões do país, entre junho e dezembro de 2021.

Relevância da leitura

A prática de leitura compartilhada na primeira infância proporciona ganhos na aquisição de vocabulário e consciência fonológica, além de ser importante para o desenvolvimento da futura capacidade leitora;
*Fonte: Impacto da leitura feita pelo adulto para o desenvolvimento da criança na primeira infância – Itaú Social

Os efeitos são ainda maiores quando a criança possui uma participação ativa na leitura, que deve ocorrer de forma dialogada.
*Fonte: Impacto da leitura feita pelo adulto para o desenvolvimento da criança na primeira infância – Itaú Social

Para 86% dos responsáveis por crianças da Educação Infantil, a leitura e a contação de histórias contribuem muito para o processo de letramento;
Fonte: 10ª onda da Pesquisa Educação na perspectiva dos estudantes e suas famílias

88% das crianças da Educação Infantil costumam ouvir histórias contadas por seus familiares.
*Fonte: 10ª onda da Pesquisa Educação na perspectiva dos estudantes e suas famílias

Os maiores incentivadores da leitura são os professores, apontados por 11%. Em segundo lugar está a mãe ou responsável do sexo feminino, apontado por 8%, e, em seguida, está o pai, responsável do sexo masculino ou algum outro parente apontado por 4%;
*Fonte: 5ª edição do Retratos da Leitura

O público infantil, dos cinco aos dez anos, é o que mais lê no Brasil. As crianças compreendem 23% de toda a população leitora e costumam ler diariamente ou quase todos os dias por vontade própria;
*Fonte: 5ª edição do Retratos da Leitura Foto: Divulgação / Itau Social

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