Pesquisas reforçam a importância de exercícios e psicoterapia no tratamento da depressão

Na última década, a psiquiatria no Brasil começou a rever prescrições médicas baseadas apenas em antidepressivos. A mudança veio com novos estudos científicos que apontam os benefícios de hábitos saudáveis no tratamento de transtornos psiquiátricos. Entre eles estão atividades que movimentam o corpo, acalmam a mente e melhoram as relações pessoais. “Se movimentar, além de amenizar os efeitos da doença, ainda traz inúmeros benefícios. Praticar uma atividade física melhora a qualidade do sono, pois a depressão produz hormônios como adrenalina e cortisol, que prejudicam o sono. Exercitar o corpo provoca o chamado ‘cansaço bom’, que ajuda a melhorar a qualidade do sono e, consequentemente, a reduzir a ansiedade e o estresse”, comenta Luiz Evandro, professor de educação física e Diretor Técnico da Rede Alpha Fitness.

Hoje entende-se que os transtornos psiquiátricos são multifatoriais, portanto, não respondem a uma única estratégia. É preciso considerar os fatores biológicos, que respondem a remédios, psicológicos, tratados com psicoterapia, e sociais, que envolvem o bem-estar no ambiente, nas relações pessoais, no trabalho e no estilo de vida. Um estudo de 2022, publicado na JAMA Psychiatry, mostra que a intensidade da prática reduz o risco de depressão. A pesquisa aponta que se as pessoas fossem ativas fisicamente, 11% da depressão incidente seria evitada. Em 2023, outro estudo, publicado no Journal of Affective Disorders, mostrou que, em casos de depressão ou ansiedade patológica, correr duas vezes na semana pode ter efeito semelhante a antidepressivos e ansiolíticos. “A prática de atividade física faz com que o corpo produza hormônios como a serotonina e a endorfina, que estão ligadaos a sensações de recompensa e bem-estar. E por fim, se exercitar faz com que ocorra o contato com outras pessoas, como instrutores e colegas praticantes do esporte ou atividade. Esse aumento da interação social é um fator essencial para a redução da ansiedade e da depressão, já que estar em companhia de outras pessoas ajuda a desenvolver uma sensação de pertencimento e integração, diretamente relacionada ao bem-estar psíquico”, finaliza Luiz Evandro. Foto: Valter Campanato.

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