Escolas de tempo integral e distorção idade-série são destaques no Censo Escolar 2023

Especialistas do Itaú Social, comentam dados sobre escolas em tempo integral, distorção idade-série e municipalização da Educação Básica

Nessa última quinta-feira (22), o MEC (Ministério da Educação) apresentou o resultado do Censo Escolar 2023, principal pesquisa estatística de educação no Brasil. No ano passado, o estudo destacou a retomada das matrículas escolares no primeiro ano após a crise da Covid-19.

A Fernanda Seidel, gerente de Avaliação e Prospecção do Itaú Social, comenta sobre alguns dos principais destaques da pesquisa. São eles:

Tempo Integral

“As matrículas em tempo integral educação básica estão chegando a 21%, sendo que a meta do Plano Nacional de Educação é de 25%. Esse crescimento é muito puxado pela Educação Infantil, com as matrículas em tempo integral das Creches, e pelo Ensino Médio. No entanto, os Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental apresentam resultados distantes do objetivo, registrando 13,6% e 16,5% de matrículas, respectivamente”

Distorção idade-série

“Os dados do Censo Escolar 2023 mostram que a equidade racial no ensino ainda está distante. Enquanto a taxa de distorção idade-série do sexto ano do Ensino Fundamental entre alunos brancos é de 9,6%, a de negros é 10% maior (19,5%). O cenário fica ainda mais evidente quando comparamos com estudantes da educação indígena e quilombola, que registraram 39,1% e 28,4%, respectivamente. Deve ser prioridade para as redes de ensino acolhê-los como forma a enfrentar as desigualdades historicamente presente na educação”.

Municipalização da educação básica

“O Censo Escolar mostrou mais uma vez a relevância dos municípios na oferta da Educação Básica. No Ensino Fundamental ocorre um movimento de distribuição de responsabilidade, enquanto os primeiros anos são ofertados quase majoritariamente pelos municípios, os Anos Finais (do sexto ao nono ano) estão sob responsabilidade dividida com as redes estaduais, que, por sua vez, também são responsáveis pelo Ensino Médio. Por isso, é fundamental estabelecer políticas em regime de colaboração, ou seja, de trabalho articulado e coordenado entre entes federados, para garantir aos estudantes uma trajetória regular e aprendizagem adequada, especialmente nos anos de transição escolar”. Foto: Arquivo / Repórter Hoje

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