‘Preto Ozado: O Filme’ é lançado no YouTube

Minidocumentário sobre o livro do escritor Lucas de Matos mostra depoimentos de leitores que foram impactados pela obra

Mais de 1.600 cópias vendidas pelo Brasil, lançado em cinco estados do país, recomendado em mais de 25 perfis literários no Instagram. Esses são alguns números de ‘Preto Ozado’ (Selo Principis, Editora Ciranda Cultural), livro de estreia do escritor baiano Lucas de Matos que, em pouco mais de um ano de lançamento, vem reunindo muitas histórias de leitores. É tanta coisa pra contar sobre, que a obra ultrapassou as prateleiras e foi pras telas!

‘Preto Ozado: O Filme’ chega ao YouTube com cenas de depoimentos de leitores, entrevistas para programas de TV, curiosidades, imagens inéditas do processo criativo, além de descortinar a carreira do escritor, que ganhou notoriedade na cena poética através das videopoesias e produção de saraus. O minidocumentário, que tem direção de Lucas e edição de Edvaldo Júnior, é dividido em três partes, com gravações em Salvador e outros estados.

Literatura e ousadia

O material foi lançado na capital baiana em novembro de 2023, quando Preto Ozado completou um ano de lançamento, em evento comemorativo na Casa Vale do Dendê e apoio da Iniciativa Negra. “Foi um momento de muita emoção, onde as pessoas se identificaram com as narrativas que a obra traz”, comenta o escritor. “O filme nos leva do choro ao riso, mostrando como a literatura é necessária para nos aprofundar na nossa história. Ao mesmo tempo, é uma celebração à negritude”, acrescenta.

A expressão que dá título ao livro é um jargão utilizado comumente na capital baiana, referindo-se às pessoas pretas que estejam ocupando lugares de prestígio social, ou que denotem insubmissão. Lucas optou pelo z na grafia da palavra porque “além de ser dito assim na Bahia, também faço alusão ao conceito de pretoguês da escritora Lélia Gonzalez”, ressalta. Centenas de pessoas foram “carimbadas” com tatuagens temporárias no Carnaval de Salvador de 2023 com esse título, ação que também é retratada no curta.

Enfrentamento ao racismo

O filme traz momentos de ênfase para os leitores; ou melhor: as leitoras. Entre os vários feedbacks do seu público, Lucas destacou duas histórias que foram inspiradas na narrativa poética. A primeira delas é de Quezia Maciel, que passou pelo processo de transição capilar após a obra. “Foi muito emocionante porque a partir dele eu me identifiquei como eu realmente sou”, relata no audiovisual.

Outro momento é no qual aparece Duda Santhana, leitora de 8 anos, que aprendeu poemas de Preto Ozado e os recita em diversos eventos literários. “Ele é uma inspiração pra mim, principalmente por ser um escritor negro. E eu, como criança negra, gosto de conhecer mais sobre as pessoas negras que estão procurando fazer sua arte”, relata a declamadora mirim, num depoimento junto à sua mãe, Carla Santhana, que incentiva a educação por meio dos livros.

O escritor pretende exibir o documentário em escolas, festas literárias e espaços onde se possa falar sobre literatura e a educação. “Preto Ozado é uma narrativa coletiva, conectada à filosofia ubuntu que diz ‘eu sou, porque nós somos’. Se esse livro tem se espraiado de maneiras diferentes, é por conta desse apoio coletivo”, enfatiza. O minidocumentário tem 30 minutos, e está disponível no canal oficial de Lucas no YouTube. Foto: Reprodução

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