Trânsito já matou mais de 10 mil brasileiros em 2023

Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (TRAUMA) lembra que, ainda, há aqueles que sofrem sequelas dessas tragédias

No terceiro domingo de novembro, todos os anos, é celebrado o Dia Mundial em Homenagem à Vítimas de Acidentes de Trânsito, situação que, no Brasil, tem cenário alarmante.

O trânsito brasileiro vem registrando aumento de óbitos por acidentes. Segundo o Ministério da Saúde, os números de mortes referentes à questão, em 2022 e 2023, ainda não estão consolidados, porém, dados preliminares, até outubro deste ano, indicam 10.060 vítimas fatais. No ano passado, 31.174 mortes.

Os últimos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostram que entre 2019 e 2021, a quantidade de óbitos no trânsito teve aumento de 5,84%. O percentual pode parecer baixo, porém quando se compara os números, que cresceram em três anos seguidos, é possível entender a dimensão do problema.

Enquanto em 2019 foram registradas 31.945 mortes, em 2021, 33.813 pessoas perderam a vida no trânsito brasileiro.

O presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (TRAUMA), José Octavio Soares Hungria, ressalta que as mortes decorrentes de acidentes de trânsito estão entre as principais causas de óbitos no País e, quando as vítimas sobrevivem, em muitos casos, sequelas impactam por toda a vida. “O politraumatismo – quando duas ou mais partes do corpo são lesionadas gravemente – é muito comum em acidentes de trânsito e essa situação leva a pessoa a uma condição de esgotamento da capacidade fisiológica de equilíbrio orgânico, o que pode resultar em óbito”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (TRAUMA), José Octavio Soares Hungria. “Após sofrer politraumatismo, recuperar-se totalmente é muito difícil, pois, geralmente, um acidente de grande impacto deixa sequelas, as quais limitará a vítima por toda a vida”, completa.

O especialista ressalta que as lesões causadas por acidentes de trânsito acarretam não só danos físicos, mas também emocionais e econômicos. “O custo do cuidado médico prolongado, a perda de um membro que sustenta a família ou os custos adicionais necessários para cuidar de pessoas incapacitadas impactam significativamente a família, tanto emocionalmente, como a renda do lar”, fala. “Promover campanhas que reforcem, constantemente, os prejuízos desse cenário; implementar projetos que contribuam para uma relação mais harmoniosa entre motoristas, motociclistas, pedestres e ciclistas; e a ação responsável de cada personagem que compõe esse cenário, são questões essenciais para reverter esse triste cenário, que já ceifou tantas vidas”, conclui. Foto: Arquivo / Ag. Brasil

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