Agosto Lilás: Seminário discute fortalecimento da rede de saúde para enfrentamento à violência contra a mulher

O Seminário Diálogos Necessários: Violência contra a Mulher foi uma das atividades que marcaram o encerramento do Agosto Lilás, na quinta-feira (31), proporcionando diálogos importantes sobre o enfrentamento à violência contra a mulher e o fortalecimento da rede de atenção à saúde, por meio do tema “Informar para Transformar”. O evento ocorreu no auditório da Unidade Básica de Saúde Clementino Fraga (5º Centro), no Vale dos Barris.

Estiveram presentes no seminário a diretora de Políticas para as Mulheres da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Cerqueira; a titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Lara Candice Ferreira; o cabo da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) PH Oliveira, representando a Ronda Maria da Penha; a especialista em violência doméstica pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e gestora municipal de saúde, Jamile Oliveira; a coordenadora da rede Infância Protegida Salvador, Paloma Xavier e a major da PM-BA, Alcilene Coutinho, representando a Superintendência de Prevenção à Violência da Secretaria de Segurança Pública da Bahia.

A titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, contou que a programação foi pensada com foco no acolhimento e na prevenção. “Com muito carinho, preparamos uma programação especial, que une a oferta de serviços importantes de acolhimento, integração e prevenção, com a educação e a conscientização em prevenção à saúde. Através de múltiplas linguagens artísticas, com orientações, diálogo e compartilhamento de informações e iniciativas contínuas também no âmbito do SUS em Salvador, promovemos esse serviço de forma integrada e acessível”.

Sensibilização – Durante a palestra, Jamile Oliveira destacou que o seminário provoca a sensibilização dos 365 dias de atenção ao público feminino. “Esse encontro vem justamente para fortalecermos essa rede de encaminhamento e sensibilizarmos todos os profissionais que trabalham na área da saúde, para que possam fazer esse primeiro acolhimento da mulher e trazer elementos para a identificação da violência durante todo o ano”, afirmou.

Ela lembrou que a SMS tem mantido um diálogo constante com a SPMJ no sentido de desenvolver ações permanentes de enfrentamento à violência contra a mulher. A parceria entre as secretarias tem tido como resultado a distribuição de materiais informativos, os encaminhamentos entre as redes de apoio ao público feminino e as unidades de saúde, o desenvolvimento de eventos e de capacitações para os profissionais da saúde, além de outras ações que estão sendo planejadas para todo o ano.

A diretora da SPMJ, Fernanda Cerqueira, lembrou que a Prefeitura tem o canal de comunicação 156, disque 9, com informações sobre a violência doméstica, serviços e instituições de atendimento ao público feminino. Qualquer mulher que se sentir em situação de violência deve entrar em contato com a central, que funciona durante 24h.

A estudante em técnica de enfermagem, Monique Santana, 28 anos, fez questão de participar do seminário. “Eventos como esse são de extrema importância porque enaltecem o nosso conhecimento como um todo para aprimorar, atender e passar adiante. Sabemos que a taxa de feminicídio é muito alta, infelizmente, pois ainda com todo o apoio que nós conquistamos, as mulheres acabam sendo agredidas, violentadas, e uma palestra como essa é referência para o nosso aprendizado como estudante e para futuramente passarmos informações no pré e pós-atendimento”, opinou.

Também estudante em técnica de enfermagem, Augusto Silva, 27 anos, participou da palestra e frisou a importância de propagar informações em atenção à mulher e prevenção à violência. “É importante a presença da figura masculina, justamente para a divulgação e mudança da atual situação de violência. A minha participação como homem, estudante e cidadão é importante justamente para começarmos a fazer aquele trabalho de formiguinha. Essas políticas públicas precisam ser divulgadas e chegar ao conhecimento do máximo de pessoas possíveis. Infelizmente, a cultura machista é enraizada e para combater isso é preciso respeitar a mulher em todas as esferas”, disse.

Serviços – Além das palestras, o público teve acesso a serviços para cuidados com a beleza e autoestima, testes rápidos para a detecção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), oficina de defesa pessoal, além de aulas de biodança, ensinamentos de técnicas para a superação da violência e informações sobre o projeto CRAM em Movimento, desenvolvido pela SPMJ. Foto: Lucas Moura/Secom PMS

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