Eficiência do currículo escolar passa pela boa adoção de habilidades socioemocionais

Seja para o mercado de trabalho ou para a vida como um todo, a educação socioemocional é peça fundamental para formação de crianças e jovens

Desde o início do século XXI, a sociedade já experimentou avanços tecnológicos, econômicos e culturais sem precedentes. Essas mudanças têm impactado significativamente a forma como vivemos, trabalhamos e nos comunicamos. A educação não está fora desse contexto e, portanto, o ensino na escola necessita de adaptação para refletir essa realidade.

Desde a sua discussão até sua implementação, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) trouxe de vez a educação socioemocional para o centro da formação dos estudantes da Educação Básica. Ao estabelecer dez competências gerais, o documento, cujo caráter é normativo, reforça a intenção de promover uma educação voltada para o desenvolvimento de competências cognitivas e não cognitivas, incluindo as socioemocionais.

Segundo Marcela Pontes, gerente editorial do Sistema Anglo de Ensino, a sociedade atual está vivendo em um mundo BANI (Brittle, Anxious, Non-linear, Incomprehensible, ou seja, frágil, ansioso, não linear e imprevisível). Desta forma, o trabalho com competências socioemocionais mostra-se cada vez mais importante, uma vez que desenvolve, entre outras coisas, a capacidade de reconhecer e manejar as emoções para atuar com empatia e responsabilidade. Nesse processo de desenvolvimento, há a aquisição do potencial de promover mudanças positivas em diversos aspectos da vida dos estudantes.

Quando as habilidades são bem trabalhadas no âmbito escolar, por exemplo, observam-se melhorias no desempenho acadêmico, na redução dos índices de evasão escolar, de violência e de bullying, bem como o fortalecimento da saúde mental dos alunos.

No que se refere ao desenvolvimento social, os estudantes demonstram maior capacidade de gerenciar as emoções, adquirir novos conhecimentos, manifestar resiliência diante de adversidades, enfrentar desafios e estabelecer relacionamentos positivos.

“Essas competências também têm reflexos no futuro profissional dos alunos, uma vez que colaboração, empatia, comunicação efetiva e inteligência emocional são habilidades cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. Uma pesquisa da Page Personnel, consultoria global de recrutamento, afirma que nove em cada dez profissionais são contratados com base em suas habilidades técnicas, mas são demitidos por questões comportamentais”, comenta Marcela Pontes.

Considerando o contexto atual, esse aspecto ganha ainda mais relevância, visto que o período representou um momento delicado para estudantes e professores. Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), durante a pandemia o risco de evasão escolar triplicou e 75% dos estudantes da rede pública estadual declararam sentir irritação, ansiedade ou tristeza devido ao isolamento social.

Nesse contexto, direcionar esforços nas competências socioemocionais dos alunos mostra-se uma medida essencial para que eles estejam mais bem preparados para enfrentar os desafios contemporâneos. Trata-se de uma tarefa que deve promover o protagonismo dos estudantes, com metodologias ativas e diversificadas, como atividades práticas, projetos colaborativos, jogos de simulação, debates, rodas de conversa e discussões em sala de aula. Portanto, para realizar um trabalho efetivo, é importante garantir planejamento, escuta, intencionalidade e significado.

Vestibular: um capítulo à parte

Para além da escola, considerando como mote o vestibular, o universo das emoções acaba merecendo atenção especial. Segundo dados da última aplicação do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), oito em cada dez estudantes brasileiros relatam sentir muita ansiedade para realizar uma prova, mesmo quando se prepararam para ela. Quando se trata do vestibular, essa ansiedade é amplificada e as emoções podem afetar positiva ou negativamente o rendimento nas provas.

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que sentimentos de ansiedade, tensão e medo do fracasso são comuns nessa fase, mas não precisam determinar o resultado nas provas. Para gerenciar as emoções, é importante que os alunos contem com o apoio dos responsáveis, professores e coordenadores pedagógicos.

“No Sistema Anglo de Ensino, as habilidades socioemocionais são trabalhadas de forma intencional no Projeto de vida e nas diferentes situações de aprendizagem ao longo de toda Educação Básica, permeando os componentes curriculares. Ao reconhecer a importância dessas competências e fomentar o protagonismo, buscamos promover uma abordagem mais abrangente e integral para formação dos estudantes.”, conclui Marcela Pontes.

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