“Eu estava morrendo”, diz Geraldo Luís sobre razão que o levou a pedir demissão

Um dos apresentadores mais populares e queridos do Brasil, Geraldo Luís estará no sofá de Danilo Gentili nesta quinta-feira, 29 de junho. Ele recorda sua infância e juventude sofridas, o fato de ter morado em um prostíbulo, o emprego no circo e também como agente funerário, além da ida para o rádio, o sucesso na televisão e fatos recentes, como o pedido de demissão que o tirou do ar pela primeira vez em tantos anos. Geraldo também revela seus próximos projetos e afirma querer fazer um podcast diferente, além de palestras.

Confira abaixo as melhores frases da entrevista:

“Duas coisas que me tiraram da miséria: o circo e o rádio. O circo foi a grande escola. Lavava animais, catava bosta de macaco e elefante…. A necessidade faz você fazer de tudo”.

“Morava no prostíbulo com a minha mãe, que lavava roupa para elas. Era uma região tão ruim, era uma cracolândia e foi lá que aprendi a virar gente”. (sobre o passado difícil)

“Fui pela curiosidade e fiquei pela necessidade. Lá me tornei agente funerário e foi o dinheiro de agente funerário que começou a me dar a dignidade de levar a comida em casa para a minha mãe, que nessa época teve um câncer de mama violento”. (sobre trabalhos anteriores à fama)

“Estreei dia 11 de novembro de 2007. Dia 12 eu perco minha mãe. Ela viu só a estreia de tudo que ela sonhou junto comigo”.

“O principal que eu fiz com a minha mãe foi ter tirado ela do banheiro coletivo daquela zona. O que mais me humilhava, como filho, era ver a minha mãe na porta do banheiro e homens que faziam os programas com os travestis e prostitutas, as pessoas batendo na porta depois do programa, minha mãe tomando banho e os caras entrando….. A primeira vez que eu vi minha mãe tomando banho sozinha eu chorei. O lugar que eu mais oro e mais me faz voltar a ser o que eu sou é o banheiro”.

“Nunca fiquei fora do ar. É a primeira vez na minha vida por uma escolha. A Record não me demitiu. Meu contrato ia até setembro do ano que vem e eu pedi ‘quero ir embora porque não consigo mais ser feliz aqui’. Tem uma hora que você se prende e não consegue mais fazer nada e eu precisava fazer, ser o Geraldo Luís, voltar a contar histórias. Fui eu, porque não estava dando mais. Não é fácil ser comunicador popular nesse país. Ser popular, nesse país, você toma muita paulada”.

“A televisão foi ficando enrugada, pequena, medíocre, encolhida porque ela quis colocar normas e hoje ela se distanciou do povo”.

“Não tenho vergonha de ser popular e hoje estou pagando um preço muito alto…. Não quero descansar, só quero ser feliz, voltar a ser o Geraldo, contar histórias. Quero encontrar um diretor que me entenda e compre as minhas loucuras. Eu estava morrendo”.

“Sou de televisão, mas quero fazer um podcast muito louco, que ninguém faz. Gosto de rua, de povo. Não tenho vergonha do povo”. (sobre projetos futuros)

“Quando eu falei ‘não’, chegou na alta cúpula. Aí eu estava no camarim e entra o Sr. Honorilton Gonçalves na época. Começou a tremer o camarim, ele sentou e (disse) ‘acho que você não entendeu. O ‘anão’, agora, é do Gugu’. Aí deram casa, ensinaram o ‘anão’ a dirigir, depois casou o ‘anão’, virou um seriado. Ficaram seis meses com o ‘anão’. Aí o Gugu me mandou um vinho caríssimo de 27 mil reais. Gugu sabia que eu estava nervoso com ele”. (sobre disputa com Gugu pelo humorista Marquinhos) Foto: Rogerio Pallatta/SBT

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