Ratinho cita arrependimento na política e diz não interferir no governo do filho no Paraná

Carlos Roberto Massa, mais conhecido apenas pelo seu apelido, Ratinho, não é muito adepto a dar entrevistas. Mais difícil ainda é encontrá-lo em um podcast. Mas para o amigo e narrador Téo José ele abre uma exceção e, como sempre, quando resolve falar, não deixa de dar sua opinião sincera sobre muitos assuntos e dos mais variados temas.

Espontâneo na TV, tímido com elogios e preocupado com a audiência

Prestes a completar 25 anos no SBT com o “Programa do Ratinho” o apresentador conta que nunca foi adepto ao uso de roteiro por conta do seu talento em ser espontâneo em frente às câmeras de TV. Agora, ao contrário do que muitos imaginam, ele também é tímido em algumas situações.

“Não tem roteiro (no programa). Nem sei o que vai acontecer. Acho que eu implantei a espontaneidade. Fazer o programa mostrando, inclusive, os bastidores, fui o primeiro. O Chacrinha tinha muita bagunça também, mas ele não mostrava bastidores”, afirma.

“A gente nasceu com um talento. Se você mandar eu narrar um jogo, vou ser uma desgraça, não sei. Mas se me der um microfone, pode ter 10 milhões de pessoas, bem ou mal, mas eu me saio. Agora, você vê como é que são as coisas? Sou tímido. Não gosto de ser elogiado. Para certas coisas eu sou tímido”, acrescenta.

Diariamente nas noites do SBT, Ratinho também garante se preocupar com a audiência do seu programa, embora não entre em paranoias por já ter o seu público formado. “Sou (preocupado). Não como era o Gugu. Ele ficava desesperado, perdia um ponto e ficava louco. Eu não. Acho que já tenho o meu público. Mantenho a vice-liderança do SBT há 25 anos”.

Empreendedor desde cedo, feliz no SBT e ambicioso com o rádio

Durante a conversa com Téo José e Alessandro, Ratinho também fala que já trabalhou em inúmeras profissões antes de tornar-se um comunicador. Em comum entre tudo o que já fez na vida? O perfil empreendedor.

“Desde menino, gosto de ganhar dinheiro. Meus irmãos gostavam de pedir as coisas para o meu pai. Eu, não. Comecei pegando mamona para vender…. Depois, fui engraxar sapato em um bar famoso em Marumbi, uma cidadezinha do Paraná. Todo sábado, todos iam engraxar lá, mas aí eu falei: ‘É muito engraxate para pouco sapato’. Comecei a inverter os papéis. Ao invés de ir no sábado, eu ia na casa das pessoas na segunda. Já comecei a estragar meus colegas (risos). Eu sempre vendi alguma coisa, gosto de vender. Se perguntarem o que eu gosto de fazer ou qual é minha profissão, digo vendedor”, declara.

Com os anos, esse lado empreendedor do apresentador foi só se expandindo, não apenas na comunicação, onde também é dono da Rede Massa, afiliada do SBT no Paraná, como em outras áreas como do agronegócio, licenciamento de marcas e gestão.

“Hoje já tenho nove fazendas. Na TV, se pudesse fazer um contrato com o SBT para ficar do jeito que eu estou pelo resto da minha vida, eu faria”, garante Carlos Massa, que tem como pretensão, agora, ter a maior rede de rádios do país.

“Pretendo ampliar e ter ainda a maior rede de rádios do Brasil. Hoje, são 73. Para ser a maior, faltam mais cinco”, revela.

Arrependimento na política

Nascido em Águas de Lindóia, interior de São Paulo, mas desde os quatro anos vivendo em Curitiba, Ratinho também já entrou para a política.

Foi vereador de Jandaia do Sul de 1977 a 1998, depois de Curitiba entre 1989 e 1991 e deputado federal de 1991 a 1995. Esse último cargo, inclusive, foi o seu maior arrependimento e o motivo principal de não querer mais seguir na política.

“Ser vereador até que eu gostava. A gente podia fazer alguma coisa. Quando cheguei em Brasília foi a pior coisa que aconteceu na minha vida. Todo mundo sabia que eu era deputado, eu sabia, mas ninguém me escutava. Eu era baixo clero. As pessoas vivem em um mundo completamente diferente em Brasília”, lamenta.

“Eu (fiquei) louco para terminar o mandato. Queria até renunciar, mas meu pai falou: ‘Ninguém pode renunciar. Você não se candidate mais, mas vai até o final’”, explica.

Interferência zero no governo de Ratinho Júnior no Paraná

Hoje, quem da família segue carreira política é Ratinho Júnior, um dos três filhos do apresentador. Em seu segundo mandato como governador do Paraná, ele também já foi deputado estadual e deputado federal.

Sobre a vida política do filho, Carlos Massa garante não ter interferência alguma nos dias atuais.

“Diferentemente do que muita gente pensa, de que eu mando em alguma coisa lá no estado em termo de governo, foi até bom a gente esclarecer, não mando e nem peço nada. Ele cortou as verbas da minha televisão. Eu não falei nada, não reclamei. Tenho que deixá-lo ser o governador, ele que ganhou a eleição”, enfatiza.

“A primeira eleição de deputado, acho que ajudei muito. Quando ele se candidatou, acho que tinha uns 21 anos. Ali, acho que foi uma eleição que foi 80% Ratinho e 20% Ratinho Júnior. A segunda já foi meio a meia e a terceira já foi ele sozinho. Ele gosta muito de política. Não nomeei nenhuma pessoa”, completa.

Por fim, Ratinho conta que nos encontros com o filho nos tradicionais almoços de domingo evita falar de política. Como qualquer eleitor apenas cobra se está vendo algo errado. “O governador vai na minha casa, todo domingo para almoçar. Não falamos sobre política. Se eu ver alguma coisa errada eu falo. Dou algumas cobradas, mas como um cara que mora no estado”.

“Ele é um bom governador. Não tem quase nada para cobrar, de verdade. Mas o que tem nós cobramos, não tem conversa não”, conclui. Foto: Divulgação / Pod Pai Pod Filho

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