Tempero musical para além do forró marca sexta-feira de São João no Terreiro de Jesus

Da autoridade de um dos maiores músicos da Bahia aos ritmos mais recentes, passando pela poesia cantada. A segunda noite de São João nos palcos gêmeos do Coreto, no Terreiro de Jesus, foi um passeio pela riqueza musical que uma festa deste porte abarca.

Chys Holanda abriu os festejos nesta sexta, 23, ao por-do-sol, com hits do tecno-melody, mistura de brega, sertanejo, calipso e eletrônico. O repertório também incluiu cover de sucessos do forró como “Cristal Quebrado”, da banda Magníficos.
Num ritmo de paredão suingado, a banda Two Life deu uma ginga na praça, com pagode, arrocha e muita quebradeira.

O forró doce da Licor com Mel embalou um público onde não faltaram camisas xadrez, vestidos de chita, fitas coloridas nos cabelos e chapéus de palha. Paulo Maia, Jany Lins e Rafa Araújo vieram de Fortaleza para cantar os clássicos do São João do Nordeste.
Kimimo do Forró tocou para uma praça cheia, com direito a muitas crianças curtindo a música tradicional e soltando fogos. As vozes fortes de Patrícia Fraga e Lazinho interpretaram canções famosas, como “O Cheiro da Carolina”, de Luiz Gonzaga e “Pedras que Cantam”, de Dominguinhos, criando um clima de quadrilha.

Rozy e Banda transformaram o Centro Histórico num arraial. Muita dança e diversão com o público cantando em coro músicas imortais como “São João na Roça” e “Olha pro Céu” num pout-pourri com muita energia.

Show de versos e canções do quarteto pernambucano liderado pelo poeta Maviael Melo. O som delicado e envolvente, com direito à flauta, triângulo e uma percussão suave, incentivou o chamego entre os casais.

Jota Zô botou fogo em quem acompanhou o show do Coreto. Na releitura em samba partido alto de músicas como “Eu só quero um Xodó”, de Dominguinhos, e “Qui nem Jiló” e “Asa Branca” de Gonzagão, o grupo fez uma homenagem ao forró, mostrando que sua força transcende a sanfona e pode ser casada com o pandeiro e o cavaquinho.

Fortes emoções vieram logo depois da meia-noite, com a apresentação de uma das grandes estrelas da Bahia. Filho de Ipirá, Raymundo Sodré, aos 75 anos, mostrou o brilho de suas composições, como a imortal “A Massa”, com letra de Jorge Portugal, e também de outras obras consagradas como “Óia eu aqui de novo”.

O encerramento da noite ficou por conta de Renan Pinheiro, que fez a comunicação entre a guitarra pop e a sanfona. Mesmo entrando a madrugada, o público recebeu a energia em alta e retribuiu dançando e cantando sucessos como “Lembranças de um beijo”, de Fagner e “Espumas ao Vento”, de Flávio José, anunciando a saudade dos shows desse segundo dia de São João no Pelô.

Desafio itinerante

Com a praça lotada, as atrações itinerantes tiveram o desafio extra de passar entre a multidão. Mas a animação deu conta e houve quem escolhesse dançar com a volante.

O Furgão Elétrico foi comandado por Diego Vieira e banda, colocando na prática o dois pra lá, dois pra cá do forró de salão. O palco móvel teve um segundo tempo, com o samba de roda só Arrastão A Volta do Caboclo.

O arrasta-pé itinerante rodou o Terreiro com o grupo que seguiu fiel o forró tradicional do Rixô Elétrico. Também na pegada do São João raiz, o Garapiola circulou com seu público dançante e fiel ao triângulo, sanfona e zabumba.

Neste sábado (24) a festa no Terreiro de Jesus continua com Wilson Aragão e Capim Guiné, Swing do T10, Ellen Wilson, Dom de Sonhar, Forró do Souza, Zeo Lobo e Alcateia, Daí, João Almeida e A2 no Xote, além de mais uma rodada das quatro atrações itinerantes: Rural Elétrica, Garapiola, Rixô Elétrico e Furgão Elétrico.

O São João da Bahia no Pelourinho é uma realização do Governo do Estado da Bahia por meio da Sufotur – Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia – e tem o patrocínio da Loterias Caixa. Foto: @r5produtora

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