Vereadores prestam solidariedade a Ireuda Silva após hostilização de servidores; Muniz promete medidas cabíveis

Os vereadores de situação e oposição prestaram solidariedade à vereadora Ireuda Silva (Republicanos) durante a sessão legislativa na tarde desta terça-feira (13). A republicana, que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, foi atacada moral e fisicamente por servidores da educação após a aprovação do reajuste de 8% nos salários. O projeto de lei do Executivo foi aprovado por unanimidade, em acordo entre governistas e oposição, que votou unida a favor da matéria. Houve frases racistas e machistas disparadas contra Ireuda.

O presidente da Casa, vereador Carlos Muniz, expressou profundo repúdio ao ocorrido e prometeu tomar as medidas cabíveis: “Os professores sempre exigem. Se exigem respeito, precisam respeitar. Isso não foi feito por professores. Na próxima votação, vou mandar reforçar a segurança. Nenhum vereador pode ser agredido pela forma de votar”.

A vereadora Ireuda ressaltou que a votação foi construída com base em um consenso construído com todos os vereadores, incluindo a oposição, que inclusive tem vereadores defensores das pautas dos professores. “Tenho uma responsabilidade como vereadora, com a lei e com o erário público. Uma coisa é votar em algo que não tem como sustentar, que não tem como pagar”, disse.

Solidariedade

O vereador Isnard Araújo prestou solidariedade a Ireuda e criticou a postura dos manifestantes. Segundo ele, são militantes disfarçados de professores. “Militantes travestidos, porque professor não faz isso. Não foi professor que fez isso, foi militante de partido político, que fica aí fora agredindo vereadores. Lamentável e criminoso, agredir o vereador. A vereadora Ireuda pode contar comigo”, disse.

Já o vereador Augusto Vasconcelos, da oposição, também repudiou o ocorrido. “Quero me associar em solidariedade à vereadora Ireuda. Assim que recebi a notícia, comuniquei à direção da APLB Sindicato, que também manifesta repúdio a qualquer tentativa de agressão a vereadores. Quero registrar que não defendemos qualquer atitude intimidatória. É preciso respeitar todas as correntes de expressão. Vamos tomar providências para repelir qualquer tipo de ameaça”, declarou, sendo acompanhado por outros membros da oposição, como Marta Rodrigues, Laina Crisóstomo e Silvio Humberto.

Confira as manifestações dos demais vereadores
Alexandre Aleluia: “Não podemos aceitar esse tipo de agressão. Aqui falo até como corregedor, baseado no artigo 46. Está aí uma irregularidade, que a Câmara investigue, inclusive se tem algum cunho político-partidário”.

Júlio Santos: “O fato é que qualquer protesto pacífico é aceitável. O que não pode acontecer é o que aconteceu ontem, ela ser chamada de negra traidora. Uma vereadora que luta pela cidade de Salvador. Repudio. Se um vereador foi agredido assim, imagine o povo”.

Toinho Carolino: “Ireuda merece o respeito de toda a população. Espero que não se repita esse fato aqui na Casa ou na rua. Tem que haver o respeito mútuo”.

Leandro Guerrilha: “Eu também já fui agredido na frente da Casa no caso dos agentes de saúde. Quantos mais serão agredidos? Precisamos chamar à responsabilidade. A responsabilidade tem que ser imputada”.

Marta Rodrigues: “Minha inteira solidariedade à vereadora Ireuda, nossa presidenta da Comissão da Mulher. Nós também não comungamos com práticas dessa natureza. Aqui é o lugar do contraditório. As iniciativas que a vereadora e a Casa venham a tomar contam com nosso apoio”.

Laina Crisóstomo: “Esse tipo de atitude é a reprodução do que temos combatido todos os dias. Contra a democracia, contra direitos humanos. Isso é fascismo. Expor uma mulher preta da forma como foi exposta, o processo de agressão, repudiamos. Quero dizer a Ireuda que estamos juntas”

Silvio Humberto: “Repudiamos qualquer ato de violência. Sabemos o que passamos, dentro e fora. Até provar que não, o negro é o vilão. O racismo não tira férias. Sempre que tem uma possibilidade, ele se apresenta”.

Téo Senna: “Quero prestar solidariedade a Ireuda. A gente não pode negar, principalmente sua luta, seu trabalho. Fico preocupado, em um momento como esse, não é a primeira vez”. Foto: Divulgação

Categorias: Noticias

Comentários estão fechados