Importante programa do Martagão, PAVD completa nove anos de atuação

O Programa de Assistência Ventilatória Domiciliar (PAVD) do Martagão Gesteira, inciativa do Hospital, em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado, completou, em maio, nove anos de atuação. O projeto presta assistência regular a pacientes com doenças crônicas, em domicílio. Nesse período, mais de 90 crianças já foram beneficiadas. Atualmente, há 38 famílias que dependem do PAVD para cuidar de seus filhos.

Esses pacientes são oriundos da Unidade de Treinamento para Desospitalização (UTD) do Martagão, setor onde mães, pais ou responsáveis são treinados por uma equipe multiprofissional para poderem cuidar de seus filhos, ao retornarem para casa. Os pacientes da UTD possuem doenças crônicas e, geralmente, ficam internados por longos períodos (meses ou até anos) e necessitam de tecnologias ou cuidados especializados para manterem a vida.

“O PAVD é uma extensão do Martagão que ultrapassa os muros do Hospital. É um programa muito importante porque permite que essas crianças possam hoje estar em casa. Caso contrário, estariam em UTI’s e seus pais praticamente morando no hospital. Além do retorno ao lar, o PAVD permite que esses leitos possam ser ocupados por outros pacientes”, ressalta a diretora operacional da instituição, Queitiane Carneiro.

Os pacientes que participam do programa são crianças que possuem doenças crônicas, em grande parte as neurológicas e as musculares, que se encontram em condições hemodinâmicas estáveis (sem uso de medicações vasoativas), sem complicações clínicas recentes, dependentes ou não de ventilação mecânica.

A ventilação mecânica ou suporte ventilatório consiste em um método de suporte para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada.

Trajetória – A dona de casa Auciele Lima, 37 anos, é mãe de Gustavo Lima, 16 anos. Ele é atualmente um dos pacientes beneficiados pelo programa. “Ele foi atendido na UTD desde o início da unidade e está há nove anos no PAVD”, conta a mãe. Natural de Capim Grosso, hoje ela e o filho moram em Salvador. Até poderem ir para casa, percorreram uma longa trajetória. “Se não tivesse o PAVD, a gente não estaria em casa. É um programa que deveria servir de exemplo. A gente não tinha expectativa de vir para casa. Meu filho ficou internado em UTI’s, em mais de um hospital, por quase quatro anos”. Durante todo esse período, Auciele se dedicou exclusivamente ao filho.

Gustavo tem neuropatia crônica. “A gente não teria condições de comprar os aparelhos que ele necessita. Meu filho é um paciente de UTI, que requer atenção. Hoje, ele depende de ventilação mecânica e temos o suporte em casa. Se precisar, temos no Martagão também. Eu me sinto orgulhosa e grata. Eu fui uma das primeiras a participar da UTD e do PAVD. É um conforto para nós, mães, que não conheço em nenhum outro hospital”, acrescenta a dona de casa.

Especificidades – A enfermeira líder da UTD e do PAVD, Rebeca Abbud, explica que cada alta é avaliada, de acordo com suas especificidades. Quando é definida a alta hospitalar, são viabilizados os meios para desospitalização. Caso tenha critérios clínicos que necessitem de um acompanhamento domiciliar e resida em Salvador e RMS, ele é inserido no Programa de Atendimento Ventilatório Domiciliar (PAVD) do Martagão. Uma equipe multidisciplinar voltada especificamente para o programa faz visitas domiciliares e orienta nos cuidados e assistência às crianças em seus lares.

Quando o paciente sai da UTD com alta ambulatorial – aquele que é considerado estável e não tem necessidade de acompanhamento programado, ele faz o acompanhamento no próprio Martagao.

Há, ainda, o caso dos pacientes que vão para municípios do interior do estado e saem com plano de acompanhamento com apoio da rede de saúde da cidade de origem. No caso das crianças que não conseguem ser referenciadas para seus municípios de origem, se a família conseguir se manter financeiramente em Salvador, elas são inseridas no PAVD. Foto: Divulgação

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