Síndrome da pedrada afeta panturrilha e costuma atingir corredores e jogadores de tênis

Dor na panturrilha pode ser intensa e dar a impressão de que a pessoa levou uma pedrada

Pode ser que você nunca tenha ouvido falar, mas a síndrome da pedrada é uma lesão que afeta a panturrilha, famosa “batata da perna”.

Essa condição é caracterizada pelo estiramento e hemorragia intramuscular na panturrilha, grupo de músculos que fica na parte de trás das pernas. Esse grupo muscular é essencial durante a caminhada, além de participar do equilíbrio e da postura corporal.

Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Saúde Postural e Dores Crônicas, o termo “síndrome da pedrada” se refere à descrição que o paciente faz, que é como se tivesse sido atingido por uma pedra.

“Além disso, no momento em que o músculo se estira pode ser possível ouvir um estalido. Em geral, essa lesão afeta atletas, corredores, jogadores de tênis e futebol durante suas respectivas práticas esportivas”.

Contudo, estudos apontam que a síndrome da pedrada se torna frequente com o avanço da idade, com alta prevalência em pessoas entre 30 e 45 anos. “A síndrome da pedrada não é uma lesão exclusiva dos atletas. Muitas pessoas passam por isso durante atividades do dia a dia, como um tropeço ou um entorse de pé durante uma caminhada, por exemplo”, adiciona a especialista.

Apesar de a dor súbita ser o principal sintoma, após o estiramento a pessoa costuma sentir dificuldade para apoiar o peso do corpo nos calcanhares e nos pés. Também podem ocorrer endurecimento do local afetado e a formação de um caroço e de um hematoma.

Fatores de Risco da Síndrome da Pedrada

O principal fator de risco é o excesso de esforço da panturrilha durante o esporte, além de pouco tempo de intervalo para o descanso do músculo. A falta de flexibilidade e o tipo de pisada também podem aumentar o risco do estiramento muscular.

“Também é preciso lembrar que este tipo de lesão é comum nos chamados atletas de final de semana. Quando a pessoa pratica alguma atividade física mais intensa, sem ter preparo físico adequado, o risco de ter um estiramento muscular é maior”, alerta a fisioterapeuta.

Pare agora!

Quando ocorre o estiramento da panturrilha é preciso parar de forma imediata a atividade física ou o movimento em outras situações, como uma caminhada. “É recomendado deitar e colocar a perna afetada em cima de uma almofada. Um dos melhores recursos no momento da lesão é colocar uma compressa de gelo durante cerca de 20 minutos”, diz Walkíria.

Quando a dor for muito intensa, o ideal é procurar um médico para uma avaliação dos danos e prescrição do tratamento medicamentoso.

Tratamento é longo

O tratamento da síndrome da pedrada se inicia com a suspensão imediata de esportes e atividades físicas em geral. Em muitos casos é preciso imobilizar a perna para a recuperação do tecido.

“As compressas de gelo também são fundamentais para melhorar a dor e os fatores inflamatórios. A crioterapia é útil quando aplicada nas 48 horas que sucedem a lesão. A compressa deve ser feita durante 20 minutos, várias vezes ao dia”, segundo a especialista.

“Após esse período inicial, usamos o contraste, ou seja, frio e calor de forma alternada. Também aplicamos ultrassom, laser e outros recursos da fisioterapia para reduzir a dor e a inflamação. Depois que o paciente sai da fase aguda, começa a fase da reabilitação. Nessa etapa é preciso fazer exercícios de alongamento passivo e depois ativo. Na fase final entramos com o fortalecimento muscular”, finaliza Walkíria.

O estiramento muscular pode ser prevenido por meio da adequação da prática esportiva ao condicionamento físico da pessoa. Além disso, é preciso evitar excesso nos treinamentos dando tempo para o músculo se recuperar.

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