No Brasil jovens estão mais propícios a doenças psicológicas causadas pelo home office, prova a ciência PSICOARQUITETURA

Segundo a OMS, aproximadamente 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade patológica, principalmente após a pandemia do coronavírus. Uma das principais explicações é o stresse causado pelo isolamento social, especialmente entre os jovens trabalhadores. O home office se mantém em alta em 2023, com ele vem seu quinhão de consequências psicológicas.

Para muita gente, trabalhar de casa também passou a significar trabalhar da cama. O ato de se vestir e ir para o escritório foi substituído por jogar uma água no rosto e abrir o computador, enquanto você se acomoda embaixo do cobertor.

A ciência Psicoarquitetura explica que transformar a cama em escritório pode desencadear uma série de problemas de saúde, tanto físicos quanto psicológicos. Na arquitetura, o quarto tem o papel de oferecer sensações de conforto e acolhimento. Afinal, é para lá que vamos ao fim do dia, depois de uma jornada de trabalho, por exemplo. Assim, esse é um cômodo que está ligado diretamente à segurança emocional. Portanto, quando você monta um escritório na cama – com seu labtop, celular, aplicativos e todas as telas brilhantes que seu trabalho exige diariamente-, seu cérebro e corpo mais cedo ou mais tarde para de associar o quarto com descanso.

Pesquisadora, estudiosa e criadora da ciência que alia arquitetura à psicologia, a arquiteta Giovanna Gogosz explica que os jovens estão mais propensos a doenças psicológicas por falta de arquitetura consciente para o home office.

“No Instagram, a hashtag #WorkFromBed reúne milhares de fotos, muitas delas com pessoas, na maioria jovens entre 20 e 34 anos, sorridentes aconchegadas em seus pijamas com xícaras de café. Mas o fato é que transformar a cama em escritório pode desencadear uma série de problemas de saúde, tanto físicos quanto psicológicos”, afirma Giovanna Gogosz. Apurado pela ciência Psicoarquitetura, algumas pesquisas comprovam esses dados.

Foto: projeto psicoarquitetura aplicada

Segundo o Instituto Ipsos especialista em pesquisa de mercado e opinião pública, encomendado pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros dizem que seu bem estar mental piorou um pouco ou muito no ano de 2021, a pesquisa entrevistou 21 mil brasileiros de 16 a 74 anos, entre março e abril do mesmo ano.

Esse número fica ainda pior entre os jovens que trabalham remotamente. A Revelo plataforma de recrutamento, divulgou os dados da Pesquisa de Trabalho Remoto em 2022, em que 240 profissionais jovens de 25 a 34 anos foram entrevistados. A mesma pesquisa feita no ano anterior apontava que as empresas queriam voltar ao escritório, mas nem todos os funcionários concordavam com a decisão. Dentre os fatores que fazem os jovens brasileiros preferirem o modelo remoto, estão: flexibilidade, conforto e a diminuição do tempo perdido em transporte. O trabalho remoto, porém, tem suas desvantagens. Para esses profissionais, envolvem principalmente a falta de infraestrutura em casa que pode causar problemas com produtividade, solidão, depressão e ansiedade.

Em números reais dos 273 profissionais jovens entrevistados 80% afirma preferir o trabalho remoto. A pesquisa da Revelo ainda aponta 434% de aumento de jovens profissionais trabalhando em casa durante a pandemia (2020/2021) e comprova que em 2022 o cenário não teve grandes alterações, com destaque para o regime híbrido que subiu para 16,4% – equivalente a um crescimento de 80%.

Apesar dos jovens profissionais preferirem trabalhar remotamente, o home office e o trabalho híbrido desencadearam casos de burnout, ansiedade e depressão entre esses trabalhadores. E a principal causa é a falta de um lugar em casa apropriado e arquitetado, para investir tempo de qualidade na hora de executar o trabalho.

A ciência Psicoarquitetura ainda apurou que segundo pesquisa feita pela LHH do Grupo Adecco, empresa suíça de recursos humanos que atua em 60 países, 38% dos jovens ouvidos dizem ter sofrido da síndrome de burnout, ao longo de 2021. O levantamento mostrou também que 32% dos entrevistados informaram que a saúde mental piorou significativamente por conta do trabalho à distância. Os pesquisadores entrevistaram 15 mil pessoas em meados de 2021 em diversos países do mundo.

É importante reconhecer que trabalhar de casa é um privilégio que não é permitido a milhões de pessoas, porém é importante criar um ambiente do lar próprio para isso. Em conclusão, para a ciência Psicoarquitetura, o design de nossas casas e espaços de trabalho pode desempenhar um papel significativo na promoção da saúde psicológica, especialmente no contexto do trabalho remoto. Considerando fatores como iluminação natural, ventilação, isolamento acústico, estética e funcionalidade, podemos criar um espaço propício à concentração, produtividade e bem-estar. À medida que continuamos a nos adaptar às mudanças no ambiente de trabalho, é mais importante do que nunca considerar o papel da arquitetura na promoção da saúde psicológica. Foto: Divulgação

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