“Os vinhos da Serra Gaúcha têm gosto de sangue”, diz Ireuda Silva após resgate de trabalhadores em regime similar à escravidão

A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), cobrou punição imediata para os responsáveis pelos mais de 200 trabalhadores (quase todos baianos) resgatados em regime similar à escravidão em vinícolas da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul. Segundo as notícias veiculadas pela imprensa, as vítimas não recebiam pagamento, viviam em cárcere comendo comida estragada e recebendo ameaças à mão armada.

Ainda de acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho, a jornada de trabalho chegava a 15 horas por dia nas vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi. Relato de um ex-funcionário mostra que a situação ocorria há anos, com o provável conhecimento dos donos das vinícolas, embora uma empresa terceirizada fosse a responsável pelos trabalhadores.

“Essa notícia é de embrulhar o estômago, parece uma ficção tenebrosa ou um filme de Jordan Peele. Os vinhos da Serra Gaúcha têm gosto de sangue. Há anos os brasileiros estão brindando com o suor de pessoas escravizadas, certamente com a omissão (e talvez a colaboração) de autoridades. Não podemos mais acalentar a visão de que a escravidão acabou”, diz Ireuda.

A republicana também cobrou a prisão dos envolvidos diretos e o pagamento de indenizações aos trabalhadores resgatados. “É o mínimo a ser feito. Agora que a bomba estourou, as vinícolas vêm com esse papinho de que não sabiam de nada. Isso é um insulto. A quem querem enganar? E se não sabiam, deveriam saber. Não adianta querer fugir da responsabilidade”, afirma a republicana.

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