Pipoca de Todes arrasta público LGBTQIA+ e dá visibilidade às mulheres trans no Campo Grande

As cores do arco-íris invadiram o circuito Osmar (Campo Grande) na noite deste sábado (18) com o desfile da Pipoca de Todes da Diversidade LGBTQIA+. O trio teve como intuito contribuir para o empoderamento e visibilidade das mulheres trans e travestis através da música no Carnaval.

O projeto Pipoca de Todes foi realizado pela Secretaria Municipal da Reparação (Semur) através do Centro de Referência LGBTQIA+ Vida Bruno e da Empresa Salvador Turismo (Saltur). Quem abriu a programação foi a banda baiana Frevância Elétrica que recebeu no pranchão as artistas Léo Kret, A Ninfeta e Chocolate Batidão.

A Ninfeta falou sobre a sensação de estrear no comando de um trio elétrico na folia de Salvador. “Estava muito animada e ansiosa para subir no Trio da Diversidade porque ele exalta a bandeira que eu levanto. Aqui é onde tudo começou, o Carnaval nasceu aqui no circuito Osmar”, disse.

“Estou feliz por poder cantar as minhas músicas e ainda mais por ser o pagodão, que era um ritmo que antes só homens cantavam. Agora, a gente vem fazendo essa revolução, assumindo o protagonismo do pagode”, detalhou.

A multiartista também falou sobre o valor da representatividade dentro da festa. “É importante ter todo o público LGBTQIA+ onde ele quiser estar, principalmente cantando em cima do trio e contando histórias através de música e de poesia. Eu sempre vim para o Carnaval como público e agora vou como atração. O mundo dá muitas voltas”, afirmou.

Fazendo diversas mistura de ritmos junto com o pagode, as artistas foram o destaque do circuito abrindo espaço para que outras artistas também tenham protagonismo no universo do pagode. Com um repertório dedicado à identidade de gênero, as artistas cantaram músicas em homenagem a artistas travestis, trans e drag queens de Salvador, que também atuam na cena musical.

O coordenador do Centro Municipal de Referência LGBTQIA+, Marcelo Cerqueira, destacou a importância de promover o acesso do público à festa, principalmente das artistas que trabalham com a música de raiz, como é o caso do pagode.

“Esse trio representa a sinalização de um novo momento que estamos vivendo em relação à cultura com artistas drags, trans e travestis. Em um passado recente, o público não tinha oportunidade de se apresentar e, sobretudo, dublavam outras cantoras. Hoje, elas estão cantando e cada vez mais artistas estão aparecendo reivindicando seu espaço. Isso é maravilhoso”, enfatizou. Foto: Alfredo Filho/ Secom

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