Pesquisadores identificam vírus que amplificam transmissão da dengue

Professor da Uesc participa do estudo

Um estudo identificou que, na presença de infecção por dois vírus específicos de insetos — Phasi Charoen-Like (PCLV) e Humaita-tubiacanga (HTV), mosquitos da espécie Aedes aegypti e Aedes albopictus ficam mais propensos a transmitir a dengue e a zika.

O trabalho resultou no artigo “Mosquito vector competence for dengue is modulated by insect-specific viruses” (A competência do mosquito vetor para a dengue é modulada por vírus específicos de insetos) publicado no início deste ano, na Nature Microbiology.

O grupo responsável pela pesquisa é liderado pelo professor João Trindade Marques, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, tendo entre os primeiros autores, o professor visitante da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Eric Aguiar, orientador no Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia e Molecular (PPGGBM/Uesc).

Para realização do trabalho, foi criada uma rede de colaboradores internacionais, com a coleta de mais de 800 mosquitos, oriundos de quatro continentes, utilizados para a geração de 91 bibliotecas de RNA-seq (sequenciamento de larga escala do ácido ribonucleico).

Os pesquisadores identificaram 12 vírus, dos quais dois, HTV e PCLV, são altamente prevalentes em diferentes regiões geográficas. Esses dois vírus, que infectam apenas insetos, são capazes de acelerar a transmissão dos vírus da dengue e da zika em ambiente de laboratório, o que levou a criação de modelos matemáticos que predizem grandes impactos dessa interação positiva em surtos de arbovírus.

Figura / foto – Trabalho, investiga o viroma de mosquitos Ae. aegypti e Ae. albopicus de 4 continentes, sendo identificados 12 vírus circulantes. Dois vírus específicos de insetos, HTV e PCLV, são prevalentes em amostras de todo o planeta, e levantaram a questão se eles poderiam afetar a transmissão de arbovírus.

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