Mudanças à vista com o novo ministro da educação

Camilo Santana e Izolda Cela sinalizam ênfase em atuação na educação básica, financiamentos estudantis, foco no currículo escolar e mais recursos para a contratação de novas tecnologias educacionais pelo setor público

Recentemente, Camilo Santana foi anunciado como o novo ministro da educação do governo Lula e Izolda Cela foi escolhida como seu braço direito na Secretaria Nacional de Educação Básica. Para Fabrício Garcia, CEO da Qstione, plataforma focada em questões pedagógicas que envolvem processos de avaliação de estudantes, tais escolhas mostram que o foco da atuação estará na educação básica, mudando o direcionamento de governos anteriores do PT, que focaram muito fortemente no ensino superior.

Garcia menciona algumas possíveis trilhas do que está por vir: aumento nos financiamentos estudantis (FIES e PROUNI), mais atenção para educação básica – como já mencionado anteriormente –, foco no currículo escolar e acréscimo de recursos para contratação de novas tecnologias educacionais pelo setor público.

Sobral (CE) na vitrine

O case de sucesso de Sobral, cidade do interior do Ceará com resultados extraordinários nas avaliações nacionais da educação básica, foi um fator primordial para que Lula chancelasse tais indicações. Sobral ficou em primeiro lugar no Brasil entre municípios com mais de 50 mil habitantes (Ideb 2021), com média 8 na avaliação dos anos iniciais do ensino fundamental (primeiro ao quinto ano) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb, que avalia o conhecimento dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática).

Izolda integrou a Secretaria de Educação do Município de Sobral (CE) de 2001 a 2003 como Secretária Adjunta de Educação e, de 2004 a 2006, como Secretária da Educação, sendo uma das grandes responsáveis pelo êxito educacional no município.

Mas, afinal, o que Sobral fez de tão diferente do resto das escolas brasileiras? “O foco principal foi na estruturação do currículo, na avaliação de estudantes e nas práticas didático-pedagógicas que pudessem garantir a aplicação do currículo escolar, além da formação continuada de professores e apoio individualizado aos educandos. Interessantemente, estes são os mesmos pilares que, nós da Qstione, pregamos para educação brasileira”, afirma Fabrício Garcia.

A Qstione surgiu justamente da observação de falhas no sistema avaliativo em universidades e da proposta de estruturação de um modelo no qual o professor fosse estimulado a elaborar processos avaliativos, seguindo boas práticas pedagógicas, com profundidade, expolorando, ao máximo, as competências dos alunos. Segundo Garcia, não basta criar bons modelos de avaliação, é preciso criar uma cultura de boas práticas examinadoras dentro das próprias instituições, agregando valor pedagógico ao corpo docente por meio do uso da tecnologia. Muitos desses preceitos foram adotados em Sobral.

“Em tese, a presença de Izolda Cela pode ser algo muito interessante para educação básica, mas nem sempre as coisas acontecem de forma linear na política. Vamos torcer para que a educação brasileira, tão sofrida, consiga evoluir neste novo ciclo que se avizinha”, finaliza o CEO da Qstione. Foto: Divulgação

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