“A mulher negra ainda precisa se esforçar em dobro”, diz Ireuda sobre pesquisa que retrata racismo estrutural

A vereadora de Salvador Ireuda Silva (Republicanos) demonstrou preocupação com uma pesquisa que mostra que o avanço na formação de mulheres negras não se reflete em melhores cargos e salários. Para a republicana, o racismo estrutural age com perversidade, pois só a discriminação pode explicar que, mesmo bem preparadas, muitas mulheres negras ainda são privadas de progredir na vida.

Segundo levantamento da Associação Pacto de Promoção da Equidade Racial, o número de trabalhadores negros do sexo masculino com ensino superior avançou de 6% para 10%, enquanto entre as mulheres negras houve um salto de 13% para 21%, nos últimos 10 anos. No entanto, o rendimento da mulher negra ainda é 81,6% do rendimento do homem negro. Além disso, apenas 0,4% são mulheres negras ocupam postos de liderança no Brasil.

“O racismo e o machismo estruturais obrigam as mulheres negras a se esforçarem em dobro para progredir, ascender socialmente e conquistar espaços que sempre lhes foram negados. O racismo e o machismo não operam apenas na hora em que elas vão tentar uma vaga de emprego ou uma promoção, mas sim em toda a estrutura social, criando uma série de vulnerabilidades que prejudicam suas vidas”, pontua Ireuda.

“Reconhecemos as nossas conquistas, temos todo o mérito. Mas, considerando o status quo racista, são conquistas quase ‘antinaturais’, que fogem à regra. E a mulher negra ainda precisa se esforçar em dobro para alcançar aquilo que para muitos já nasce praticamente destinado”, pontua.

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