“Não seremos totalmente livres enquanto algum de nós estiver preso pelas correntes do racismo”, diz Ireuda Silva

Neste 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, a vereadora de Salvador Ireuda Silva (Republicanos) teceu algumas reflexões sobre a data e esse tema que se mostra cada vez mais importante para o Brasil e o mundo. Na avaliação da republicana, é impossível falar em liberdade plena enquanto a sociedade insistir em manter o preconceito racial em suas estruturas.

“Como sempre destaco, nós, pessoas negras, temos aberto muitos caminhos. Essas conquistas não são fruto apenas de esforço, de aquisição de conhecimento e preparo, mas de uma luta que alterou alguns pontos na estrutura social. Isso permitiu a ascensão de muitos de nós, do exercício das nossas capacidades e do ressoar da nossa voz, trazendo mais diversidade e disseminando a importância do combate ao racismo. Entretanto, não seremos totalmente livres enquanto algum de nós ainda estiver preso pelas correntes do racismo”, avalia.

Neste fim de semana, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram o quanto a desigualdade ainda persiste. Segundo o levantamento, as mulheres negras são as que mais sofrem para entrar no mercado de trabalho. No segundo semestre deste ano, a taxa de desemprego entre elas foi de 13,9% e de 9,3% para a população em geral.

No campo, 79,1% dos dos donos de terras são brancos, e só 17,4% são pardos e 1,6% são pretos. “Essa configuração ainda reproduz muito a que tivemos no período escravista e é uma das responsáveis, hoje, pelos inúmeros trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão, em fazendas pelo país. E tem gente intelectualmente desonesta que vem falar em democracia racial, ou que não existe racismo no Brasil”, pontua Ireuda.

Para a vereadora, esse panorama vai muito além de se ter penas mais duras ou de uma justiça mais eficaz contra casos de injúria racial. “Além de ações afirmativas em universidades e no mercado de trabalho, para facilitar o ingresso de pessoas negras, é fundamental que o tema seja tratado nas escolas. Ensinar cultura e história afros, debater racismo, leis e igualdade são quesitos fundamentais para eliminarmos o racismo. Precisamos formar cidadãos com senso crítico, antirracistas, tornando essas pessoas capazes de modificar as bases da sociedade”, defende.

A data de hoje é uma alusão à morte de Zumbi dos Palmares e é a mais simbólica para a luta contra o racismo, a desigualdade, a opressão e pela consolidação de direitos para as pessoas negras.

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