Idosos: informação é arma contra golpes online

População acima de 75 anos corre mais riscos. Falta de informação e familiaridade com novas tecnologias são as principais causas.

Novos hábitos decorrentes da pandemia de covid-19 e o avanço da comunicação e serviços prestados exclusivamente online fizeram surgir uma nova preocupação com a segurança de quem não esta familiarizado com as novas tecnologias.

Diferentemente das gerações Y e Z (nascidos entre os anos 1980 e 2010), criados em uma sociedade já tecnológica, pessoas acima de 60 anos foram obrigadas a se adaptarem às novas tecnologias, seja para não ficarem fora do mercado, seja para se conectarem com parentes e amigos durante o isolamento.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Juiz de Fora apontou que o número de brasileiros acima de 60 anos passou de 29,9 milhões em 2020 e deve alcançar 72,4 milhões até 2100. Por isso, a preocupação com a segurança para esta faixa etária, diante de uma sociedade cada vez mais conectada, é grande.

De acordo com um levantamento da empresa de análise de risco LexisNexis Ricks Solutions, a população com mais de 75 anos é, proporcionalmente, a que mais sofre com golpes. Entre os mais comuns estão as campanhas de phishing, com o envio de e-mails, SMS e ligações telefônicas com assuntos relacionados à aposentadoria, para roubar dados e dinheiro das vítimas. Há também fraudes envolvendo os próprios parentes, que usam o celular dessas pessoas para pegar empréstimos, fazer transferências e comprar itens sem o seu consentimento.

A pesquisa Febraban-Ipespe “A inclusão Digital dos Idosos”, realizada entre os dias 31 de agosto a 06 de setembro de 2022, com 3 mil pessoas nas cinco regiões do País, e divulgada pela 12ª Edição do Observatório Febraban (Federação Brasileira de Bancos), apontou a percepção de insegurança na web como uma barreira importante à inclusão digital.

Questionados sobre a segurança dos dados dos usuários, 19% acreditam que estão totalmente seguros e protegidos. Essa parcela mais confiante é menor (10%) na faixa etária de 60 anos ou mais. Já 57% acreditam que estão parcialmente seguros e protegidos e entre os idosos, chega a 60%. Outros 20% temem que não estão seguros e protegidos e os idosos são os que expressam mais esse temor (28%).

“A segurança no universo digital deve ser uma preocupação em qualquer faixa etária, mas é notória a dificuldade dos mais idosos em lidar com ferramentas digitais, e os golpistas sabem disso, transformando esta população numa verdadeira demanda para o crime virtual”, diz o presidente-executivo da Associação das Autoridades de Registro do Brasil (AARB), Edmar Araújo.

Segundo o especialista, sempre quando surgir alguma dificuldade é importante procurar pessoas próximas de extrema confiança para solicitar auxílio. “Buscar informações na internet, seja em buscas no Google e vídeos no YouTube que ensinam como lidar com determinadas ferramentas, também é uma ótima opção.”

Araújo lembra que acessos em sistemas baseados em login e senha estão ultrapassados, além de muito inseguros. “É preciso investimentos em identificações mais seguras, como a criptografia. Temos um exemplo de sucesso no Brasil, que é o certificado digital da infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), já comumente utilizado em assinaturas de contratos, abertura de empresas, cartórios, receitas médicas entre outros. Infelizmente poucas ferramentas adotam esta opção de acesso. O prejuízo com as fraudes poderia ser minimizado substancialmente com a adoção desta tecnologia de identificação, muito mais segura e com validade jurídica e não repúdio”.

Algumas dicas de segurança para celulares e tablets

– Instale atualizações e evite aplicativos desnecessários.

– Baixe aplicativos somente de lojas oficiais.

– Não clique em todos os links que recebe.

– Bloqueie a tela de início do seu dispositivo.

– Desabilite funções em tela bloqueada.

– Limite o acesso caso outra pessoa use seu dispositivo.

– Seja cuidadoso ao usar redes WI-Fi públicas.

– Cuidado com seus dispositivos em ambientes públicos.

– Explore os recursos de segurança de seu dispositivo.

Fonte: Centro de Estudos, Respostas e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) Foto: Divulgação

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