Ireuda alerta para impactos do alto índice de encarceramento feminino: ‘Muitas estiveram em situação de violência’

A vereadora de Salvador Ireuda Silva (Republicanos) alertou para os impactos sociais do alto índice de encarceramento feminino no Brasil. Segundo o CadÚnico, o Brasil é o terceiro no mundo com mais mulheres presas, atrás de Estados Unidos e China.

Ainda de acordo com a pesquisa, 63,5% das presas brasileiras são negras, 47,3% são jovens e 51,9% têm apenas o ensino fundamental incompleto. Além disso, a mediana da renda familiar mensal per capita de mulheres presas era de R$ 40 enquanto a de mulheres não presas era de R$ 100.

“As pesquisas mostram que a maioria das mulheres pobres que cometem crimes o fazem como última alternativa para sustentar a família. Geralmente, estiveram em situação de violência doméstica ou foram abandonadas por companheiros irresponsáveis. Não estamos defendendo a impunidade, mas precisamos entender que o contexto social de mulheres presas é bem diferente do de homens”, pondera Ireuda.

Além disso, a maioria das mulheres encarceradas são acusadas de crimes não violentos e se mantêm presas por não terem condições financeiras de pagar multa, fiança ou advogados. “Quando deixarem a prisão, terão muito menos possibilidades de retomar a própria vida, de conseguir emprego e criar os filhos. Sofrerão preconceito e estarão estigmatizadas pela visão machista da sociedade. Portanto, a prisão acaba reforçando uma situação de fragilidade”, diz.

Ireuda também defende que é dever do poder público de criar mecanismos para que as ex-presidiárias possam retomar a própria vida com dignidade. “É uma maneira de evitar que elas se tornem reincidentes, possam cuidar da própria família e evitar, inclusive, que os filhos também acabem cooptados pelo crime”, assinala.

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