Defesa Civil de Salvador se reestrutura e, desde 2019, cidade não registra mortes decorrentes de chuvas intensas

Trabalho de reformulação foi fundamental na atuação de prevenção e proteção à população

Desde 2019, a cidade de Salvador, na Bahia, não registra mortes em decorrência das fortes chuvas que costumam castigar o município. Para o diretor-geral da Defesa Civil do município, Sosthenes Macêdo, o resultado deve-se a um trabalho de reestruturação feito em 2016 pelos quase 200 servidores que atuam na gestão e prevenção de risco de desastres na capital baiana.

Sosthenes Macêdo, que foi condecorado nesta semana com a medalha Defesa Civil Nacional no Grau Comendador, destaca como foi o processo de reformulação da Defesa Civil de Salvador.

“Em 2015, em uma das chuvas mais emblemáticas de Salvador, nós perdemos cerca de 20 soteropolitanos. Até aquele momento, a Defesa Civil era uma organização de resposta, de contingência. Após esse episódio, ela foi reestruturada e passou a ser pautada pela prevenção”, conta Macêdo. “Hoje, o exemplo é do êxito, das vidas salvas, graças a muito trabalho”, ressalta.

Além da reestruturação da defesa civil municipal, Macêdo destaca uma outra ação de muito sucesso na cidade e que tem se espalhado por outros municípios pelo Brasil: o Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil (Nupdec) Mirim.

“Com a pandemia, as aulas deixaram de ser presenciais. Dessa forma, o Programa de Defesa Civil nas Escolas (PDCE) ficou, de uma certa forma, sem poder ter uma atuação mais forte. Em uma cidade como Salvador, com muitas diferenças topográficas, com um risco histórico de escorregamento de terra, nós não poderíamos simplesmente cruzar os braços e aguardar passar a pandemia para tomarmos providências para prosseguir com o programa”, afirma Macêdo.

O diretor da Defesa Civil de Salvador conta que, desde 2016, já são cerca de 10 mil crianças de até 15 anos que participaram do programa de proteção e defesa civil.

“O Nupdec Mirim veio com esse condão, de não nos afastarmos das crianças por não ter aula. E, com isso, nós avançamos, porque saímos das crianças nas escolas e começamos a tratar das crianças e jovens das comunidades. Virou, realmente, um case de sucesso que começou a ser replicado em outras cidades do Brasil, por orientação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil”, conclui Sosthenes Macêdo. (Brasil 61) Foto: Angelo Miguel/MDR

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