Outubro Rosa: taxas de mortalidade por câncer de mama tendem a crescer no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) analisam a série histórica das taxas no País; mastologista e professora do Centro Universitário São Camilo – SP explica por que essa tendência pode continuar nos próximos anos

Embora o alerta para casos de câncer de mama acenda em especial durante o mês de outubro, há motivo suficiente para preocupação ao longo do ano inteiro. Nas últimas décadas, analisando a série histórica das taxas de mortalidade pela doença no Brasil, a tendência geral é de aumento – segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), em julho deste ano.

Ainda segundo o Órgão, a taxa de mortalidade por câncer de mama no País, em 2020, ajustada pela população mundial, foi de 11,84 óbitos por 100 mil mulheres.

Já em relação aos diagnósticos, para 2022 a estimativa foi de 66.280 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres. “As taxas brutas de incidência e o número de novos casos estimados são importantes para estimar a magnitude da doença no território e programar ações locais. Dessa forma, a situação é preocupante”, avalia a mastologista Karen Cristina Camarotto, professora de Medicina do Centro Universitário São Camilo – SP.

Camarotto reforça que a realização de exames-diagnósticos para a detecção precoce do câncer de mama faz com que aumente a chance de um tratamento efetivo e, consequentemente, a diminuição da mortalidade. O que agrava a situação, porém, é a demanda represada pela pandemia do Coronavírus.

“É possível que a demanda represada pela pandemia contribua para um aumento nas taxas de mortalidade nos próximos anos. No início da pandemia da Covid- 19, o rastreamento do câncer de mama caiu 60,4% no Brasil, e assim o câncer avançou”, explica a mastologista. A médica acrescenta, ainda, que a campanha de conscientização do Outubro Rosa aumenta o volume de rastreamento de mamografia em 39% no serviço público brasileiro, tanto no período de campanha como nos meses imediatamente após outubro.

Recomendações

Considerando o atual cenário no País, Karen Camarotto enfatiza a necessidade de orientar pacientes quanto ao exame de rastreamento, com mamografia a partir dos 40 anos.

“Em mulheres que tenham parentes próximos com câncer de mama, recomenda-se um rastreamento diagnóstico ainda mais precoce, com consultas médicas mais frequentes”, diz. A professora recomenda, ainda, orientar mulheres quanto ao estilo de vida, como “melhorar a alimentação, diminuir o consumo de dietas hipercalóricas e realizar atividade física, reduzindo assim o sedentarismo e a obesidade”.

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