Procura por exames relacionados à saúde mental aumenta quase 80%

Procedimento ajuda na prescrição correta de medicamentos, na diminuição de efeitos colaterais e nas melhorias na qualidade de vida dos pacientes

Dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que quase um bilhão de pessoas convivem com transtornos mentais. As informações foram publicadas na última revisão global sobre o tema desde a virada do século. No documento, consta também que o suicídio foi responsável cerca de 1 em cada 100 mortes. No Brasil, a depressão afeta mais de 18 milhões de pessoas. A prospecção da OMS é que em 2030 a doença seja a mais comum do mundo. Diante desse cenário, o diagnóstico preciso e a prescrição de medicamentos corretos se fazem cada vez mais necessários para a preservação e as melhorias da qualidade de vida dos que sofrem algum transtorno mental. O alerta vai ao encontro da campanha Setembro Amarelo, que tem o dia 10 de setembro marcado como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

O aumento pela busca de tratamento adequado foi observado pelo DB Molecular, que fornece exames de Farmacogenética, capaz de auxiliar médicos, como psiquiatras, a receitarem o medicamento mais eficaz e com o menor efeito colateral para o tratamento de depressão, psicose, ansiedade e epilepsia. Até julho deste ano, a procura pelo teste foi 79% maior, em comparação ao ano de 2021 inteiro.

O levantamento do DB Molecular, vem constatando o crescimento da realização do exame anualmente. De 2020 para 2021, o aumento foi de 261%, por exemplo. De acordo com Isabella Ortiz, gerente de produto do laboratório e Mestre em Ciência da Saúde, a pandemia da covid-19 possivelmente tem grande influência nesse aumento.

“A pandemia afetou psicologicamente muitas pessoas. Viver em um cenário de milhares de óbitos diários, medo, incertezas, risco de contaminação e desempregos deixou muitas marcas na população. Nesse período, acompanhamos um crescimento significativo na procura por serviços de apoio psicológico e o exame genético mostrou ser uma ferramenta importante para auxiliar em tratamentos mais eficazes e personalizados” disse Isabella. Essa pauta precisa ser mais discutida, uma vez que o avanço dos transtornos mentais pode desencadear consequências graves, como o suicídio.

“O exame é um dos meios disponíveis mais eficazes para auxiliar pacientes que já se encontram em tratamento, porém não apresentam resposta, pacientes poli- medicados ou aqueles que apresentam efeitos adversos aos fármacos em uso”, complementou Isabella, alertando também para a importância de um acompanhamento multidisciplinar com médicos e psicólogos.

Outro fator observado por Isabella é que o exame está se popularizando na Medicina. “No DB Molecular, temos uma equipe de especialistas para disseminar informações de qualidade acerca das novas tecnologias para o meio médico. Temos observado que o aumento da realização do teste é motivado também pela consciência dos profissionais de saúde, que estão prescrevendo o exame com mais frequência. Em algumas clínicas, já há a incorporação do exame como parte do protocolo terapêutico. Geralmente, ele é feito a partir da indicação médica. É necessário que a prescrição seja cada vez mais comum para que o tratamento adequado seja identificado com rapidez e, consequentemente, gere resultados satisfatórios em um curto espaço de tempo”, explicou.

O período gasto para acertar a medicação correta e os efeitos colaterais dos fármacos incompatíveis podem acarretar, entre outras coisas, o abandono do tratamento. “Apesar da multiplicidade de terapias medicamentosas disponíveis, muitos pacientes apresentam baixa resposta na efetividade do fármaco ou efeitos adversos graves. Isso pode fazer com que eles parem o tratamento sem a recomendação médica, resultando em prognósticos graves, com consequências que poderiam ser evitadas. Nesses casos, o tempo é crucial”, frisou Ortiz.

Como o exame funciona?

Por meio de uma simples coleta de sangue, o teste identifica em cada indivíduo variações presentes no genoma que podem interferir na atuação dos remédios no organismo. Há dois grupos de genes responsáveis pela resposta do medicamento. Um deles é encarregado de codificar as enzimas e os canais de recepção que atuam diretamente na eficácia da medicação. Muitos dos genes que codificam essas enzimas apresentam variações genéticas que podem apresentar diferentes níveis de resposta em pessoas diferentes, utilizando o mesmo medicamento. Com o exame, é possível obter informações sobre a metabolização dos fármacos utilizados ou daqueles que possam ser prescritos no futuro.

Centro de Valorização da Vida (CVV)

Caso esteja tendo pensamentos negativos e queira conversar, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma iniciativa que presta à população um suporte emocional e ajuda na prevenção do suicídio. O programa atende voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob sigilo, por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. Para mais informações, clique aqui.

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