Quase 30% das micro e pequenas indústrias do Nordeste afirmam que faltam linhas de crédito adequadas ao negócio

36% indicam as altas taxas de juros como principal causa das dificuldades ao solicitar um empréstimo

As micro e pequenas indústrias do Nordeste estão tendo dificuldades de acessar crédito pela ausência de linhas adequadas ao tamanho da empresa. Os dados são do Indicador Nacional das Micro e Pequenas Indústrias, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato de Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (SIMPI).

A pesquisa mostra que 29% dos empresários afirmam que a falta de linhas de créditos adequadas ao tamanho do negócio é um obstáculo para tomada de empréstimo ou financiamento. A situação é ainda mais crítica quando assunto é taxa de juros, pois 36% dos empresários nordestinos são categóricos ao apontar esse como o maior impeditivo na aquisição de empréstimos. Na região Sul o índice é ainda maior, 42% declaram as taxas de juros como grandes vilãs na tomada de financiamentos.

O presidente do SIMPI, Joseph Couri, afirma que é necessário rever os parâmetros da análise de crédito. “É preciso mudar a forma que o crédito é avaliado para o micro e pequeno empresário, para que ele possa ter acesso à crédito novo, com custos acessíveis”, destaca.

Micro são os mais prejudicados

Outro aspecto apontado pela pesquisa é uma dificuldade maior entre micro indústrias quando o assunto é falta de linhas de créditos adequadas ao tamanho do negócio. São 24% em comparação com 14% das pequenas indústrias. Na opinião de Joseph Couri, não existem linhas de crédito adequadas incorporada a uma política de valorização do empresário da micro indústria para que haja crescimento. E as taxas atualmente cobradas, por serem elevadas, trabalham contra esse cenário, especialmente as taxas de cheque especial.

Cheque especial

A pesquisa ainda mostra que 13% das MPI’s do Nordeste acessaram o cheque especial para capital de giro. No Sudeste e no Estado de São Paulo são 14% e o Sul apresentou 12% de dirigentes recorrendo ao cheque especial para manter o negócio em atividade.

“Infelizmente pela falta de linhas de crédito adequadas, o empresário que segue acreditando no seu negócio e insistindo na sua atividade empresarial, comete o equívoco de tomar empréstimos por linhas com custos inviáveis de serem pagas como é o caso do cheque especial”, explica Joseph Couri.

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