#VoteLGBT pressiona partidos por maior representatividade de candidatos em 2022

Apenas 45% dos frequentadores da Parada do Orgulho LGBT+ deste ano já conhecem alguma pré-candidatura

LGBTs são apenas 0,16% na política. É por isso que a #VoteLGBT, organização que busca aumentar espaços políticos para pessoas LGBT+, apresenta movimento que pressiona partidos na escolha de candidaturas nas eleições de 2022. Lançada nesta terça-feira, 05, a campanha chama a atenção para a representatividade com uma série de ativações que vão de abaixo assinado, projeções pelo Brasil e filme com presença de Giovanna Heliodoro.

Intitulado como Palanques, o filme mostra como pessoas LGBT+ estão acostumadas a criar seus próprios palanques de luta no dia a dia. O objetivo é provar que a comunidade já vive a política e, por isso, também precisa ser reconhecida pelos partidos para garantir um maior número na Câmara e Senado. O destaque fica para a participação de Giovanna Heliodoro, do perfil @transpreta, historiadora e comunicadora à frente da luta pela igualdade de gênero.

Além disso, a #VoteLGBT convida o público a pressionar os partidos políticos por meio de um abaixo assinado, que conta com uma carta aberta para os líderes responsáveis pela escolha das candidaturas. Projeções por São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre também trazem visibilidade para o projeto em em cenas icônicas das cidades com QR Code direcionado diretamente para o site.

Dia 15 de agosto é a data limite para que todos os partidos registrem candidaturas para outubro. Atualmente, de cada 620 pessoas eleitas, apenas uma é LGBT+ e essa questão é agravada, também, pela falta de candidaturas. Com a ação, a organização quer garantir que a população possa votar em nomes que representem suas pautas e levem novos pontos de vista sobre áreas como segurança, saúde e educação.

“Nestas eleições corremos um grande risco de ficarmos de fora nas urnas. A reforma eleitoral mais recente reduziu drasticamente a quantidade de vagas nas eleições. Quem vai ficar de fora? Quem decide isso são as lideranças dos partidos e precisamos pressioná-las. O eleitorado já mostrou que quer votar LGBT+. Várias candidaturas LGBT+ foram as mais votadas de suas cidades nas últimas eleições, com destaque para o desempenho de candidaturas de mulheres trans negras. Mas precisamos estar nas urnas para podermos ser eleitos.”, conta Evorah Cardoso, integrante da #VoteLGBT.

Ainda, é possível verificar pré-candidaturas LGBT+ na plataforma de mapeamento lançada pela organização, que mostra e dá destaque para 210 candidates que se autodeclaram LGBT+. A iniciativa foi realizada mesmo diante da ausência de dados oficiais gerados pela própria Justiça Eleitoral.

“Hoje sabemos da importância da representatividade na política. Não era assim quando o #VoteLGBT surgiu, em 2014. Na Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo de 2017, 58% não achava importante votar em LGBT+. Em 2022, o cenário é outro: 88% preferem votar em candidaturas LGBT+. É uma vitória do movimento social, de mulheres, negro e indígena. Mas ainda temos a missão de divulgar essas candidaturas. Só 45% da Parada deste ano afirmou já conhecer alguma pré-candidatura LGBT+”, diz Cardoso.

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