Ato na Sempre provoca confusão entre servidores e manifestantes; Prefeitura repudiou a ação

Servidores municipais de Salvador foram agredidos nesta sexta-feira (27) por sindicalistas durante manifestação na Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre). No protesto, servidores impediram a entrada dos funcionários no prédio da pasta e empurraram aqueles que tentavam passar pela barreira feita pelos integrantes de sindicatos.

De acordo com vídeos feitos por funcionários da Sempre, o presidente do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps), Bruno Carinhanha, aparece fazendo provocações aos funcionários da Sempre. “A gente quer ver quem vai passar aqui agora”, disse.

Uma servidora tenta entrar no elevador, mas é empurrada por integrantes do sindicato. Outro funcionário da Sempre tenta ajudar a colega, mas também é agredido e retirado do prédio da secretaria, segundo as imagens.

Carinhanha também fez ameaças contra os funcionários e avisou que todas as secretarias serão fechadas. “Hoje está assim. Na próxima semana, segunda-feira, nós vamos fechar todas as portas, pode ter certeza, e não vai passar uma pessoa”, afirmou.

A Sempre é a secretaria que cuida da área social de Salvador e faz atendimentos diários que são essenciais. Na pasta, são atendidas pessoas em situação de vulnerabilidade social, além daquelas que buscam auxílio de programas de transferência de renda.

Nota de repúdio
A Prefeitura repudiou a ação dos sindicalistas aos servidores da Sempre e ressaltou a necessidade de diálogo para se avançar na pauta de reivindicações da entidade. “A Prefeitura repudia as agressões cometidas nesta sexta-feira contra servidores municipais e reforça que continua aberta ao diálogo com todas as categorias do funcionalismo público. A gestão municipal pontua que as negociações devem ser travadas com base no debate de ideias e propostas, não com agressões e ameaças. A Prefeitura ainda se solidariza com os funcionários públicos agredidos e informa que prestará assistência a eles”.

Em nota, Sindicato esclarece o episódio. Confira nota na íntegra:

Diferente do trecho de imagens divulgados com a clara intenção de depreciar a ação sindical e tentar imputar injustas acusações, como tem sido prática recorrente da atual gestão da Secretaria Municipal de Promoção Social (Sempre), a diretoria do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps) repudia o uso de fragmentos de um vídeo como forma de macular a imagem de uma entidade respeitada e seus dirigentes.

Durante assembleia setorial na porta daquele órgão, no bairro do Comércio, psicólogos/as e assistentes sociais protestavam contra as práticas de assédio moral que acontecem com esses profissionais, quando alguns funcionários terceirizados e outros comissionados tentavam a todo momento romper o protesto. Em clara afronta ao trabalho sindical, essas pessoas afirmavam que não respeitariam as presenças dos trabalhadores e sindicalistas. Apesar da outra entrada ao público do prédio sem qualquer obstáculo, insistiam em passar pelo local do protesto. Uma mulher não identificada adentrou ao elevador de forma abrupta e ao ser contida iniciou ofensas verbais e agressões físicas contra todos os manifestantes e em direção de Juliete Barreto, mobilizadora do Movimento PSI, voltada à defesa dos profissionais de Psicologia, expulsando-a do equipamento de forma agressiva. Ao ver a injusta agressão à sua cônjuge, o esposo da mesma que observava o protesto, tentou protegê-la e como não tinha sido identificado foi contido pelos sindicalistas para não ampliar a confusão.

Nas imagens obtidas pelo Sindseps, vê-se uma mulher empurrando a psicóloga para expulsá-la do elevador da Secretaria onde a mesma é lotada. No início da gravação, um diretor do sindicato, Pedro Barreto está com suas mãos ao alto em clara manifestação de tranquilidade mesmo sendo agredido pela mulher que se dizia “funcionária” da Sempre. Logo após, o sindicalista que atua como salva-vidas foi retirado e as agressões foram desferidas contra a psicóloga Juliete Barreto que foi empurrada para fora do elevador de forma agressiva e de forma corajosa, retornou e seguiu o deslocamento dentro do equipamento com a agressora. Em seu retorno, muito abalada, a mesma declarou à sub-secretária da Sempre que não reunião condições psicológicas de interagir no diálogo aberto com a gestão após ter sido ofendida e agredida por uma outra mulher sem que pudesse se defender ou ser defendida por seu marido e colegas.

Estiveram presentes no ato, a deputada Olivia Santana e o vereador e líder da oposição na Câmara Municipal, Augusto Vasconcelos.

A psicóloga Juliete Barreto seguiu para prestar queixa em uma delegacia onde apontará as injustas agressões sofridas. Em depoimento ao final da assembleia, a psicóloga tranquilizou os familiares e colegas em um vídeo feito ainda na assembleia.

Ainda nas imagens nota-se a presença de prepostos da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar que estavam no local. “Se algum dos sindicalistas ou servidores que lá protestavam estivessem agredindo quem quer que seja, esses prepostos agiriam em defesa de quem estivesse reclamando agressão. Essas pessoas vieram de maneira orquestrada criar conflitos e não aceitaríamos isso de forma complacente. O ardil de colocar mulheres nessa situação depõe totalmente contra a gestão. Uma profissional foi sim, agredida e ela estava conosco protestando contra o assédio moral que é recorrente na Sempre. Virou prática institucional investir contra esses colegas da Psicologia e da Assistência Social”, disse o diretor do Sindseps, Bruno Carianha.

Ainda sobre o episódio, o sindicalista afirma: “Nunca cometeria agressão a qualquer pessoa e até mesmo, nem revidei às agressões que sofri de uma pessoa que estava a todo momento provocando com ofensas e que ainda torceu meu braço. Procurei tirar as pessoas de perto e fui testemunha de como a colega Juliete Barreto foi tratada, agredida e humilhada por outra mulher sem qualquer indício de sororidade”, alegou Carianha.

Reunião – Com os ânimos serenados, a gestora do órgão recebeu uma comissão de servidores junto com o sindicato e uma próxima reunião ficou acertada junto com a Secretaria Municipal de Gestão. “Nós viemos aqui para protestar junto com os colegas servidores contra o assédio moral e em busca da carga horária legal de trinta horas da categoria. Chega a ser risível dizer que agredimos nossos colegas que estavam conosco em protesto. Se tivesse havido agressão, a subsecretária não nos atenderia de forma diligente ainda na manhã”, finalizou Carianha.

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