Maioria dos jovens já sofreu bullying na escola, segundo Nube

Tema recorrente no cenário escolar impacta a vida da maior parte dos mais novos, revela estudo

O bullying tem, há alguns anos, ganhado um espaço cada vez maior nas discussões sobre o ambiente escolar e acadêmico, seja ele público ou privado. O impacto negativo gerado na vida de um aluno quando é diminuído, exposto ou agredido moral ou fisicamente pode acarretar uma série de complicações de saúde mental e até física. Justamente para entender mais sobre isso, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios fez uma pesquisa e perguntou: “você já sofreu bullying na escola ou faculdade?”. Com dados coletados entre 28 de fevereiro e 11 de março, o apontamento contou com a participação de 23.644 respondentes.

Quem consegue superar

Quase metade dos jovens, 46,6% (ou 11.025) afirmaram ter passado por situações assim, mas conseguiram superar a situação com o tempo. Alyne Soares, recrutadora do Nube, explica os resultados de ser uma vítima desse tipo de atitude. “Algumas consequências são a agressividade, queda no desempenho escolar, desenvolvimento de transtornos psicológicos e, em alguns casos, alimentares também”. Por ser um ataque para muitos, as sequelas podem ser carregadas na vida adulta. “Isso tem a chance de se tornar um trauma ao crescer e a pessoa acaba tendo problemas ligados às relações sociais e, principalmente, impasses com a própria identidade”.

Outros não lidaram com esse problema, mas já viram ele se manifestar

Embora outros 30% – 7.110 – afirmem não terem sofrido com isso, também reconhecem ser uma prática comum entre crianças, adolescentes e jovens. De acordo com a especialista, há uma chance do agressor só repetir posturas vistas por quem compõe seu núcleo familiar. “Muitos comportamentos de intolerância são reproduzidos a partir de falas ouvidas dentro do próprio lar. Esse é um fator comum no ambiente das salas de aula por ser um local onde se lida com o diverso. Quando estamos em nossa casa, nos acostumamos a ter conexões com quem está à nossa volta, porém, em lugar coletivo, os indivíduos têm diferenças físicas, intelectuais e mentais. Para alguns, é difícil lidar com essa questão por não aceitarem a possibilidade de haver essas pluralidades”.

Para muitos, não é tão fácil seguir em frente

Não conseguir seguir em frente é a realidade para outros 18,7% (4.422) participantes do levantamento. Para esses, ter passado pelas intimidações de colegas prejudicou suas performances nos estudos e a interação com os outros. Nesse caso, o auxílio psicológico profissional é indispensável. “É essencial buscar ajuda porque, por meio de técnicas, é possível auxiliar no processo de superação”, explica Alyne.

Empatia é fundamental para corrigir atitudes erradas

Já 4,1%, ou 963, também não foram atacados, mas viram outros nessa situação e não fizeram nada para defendê-los. A recrutadora destaca a relevância de pensarmos em maneiras de exercitarmos a habilidade de enxergar pela ótica do outro e pôr em prática iniciativas para tentar minimizar a dor causada. “É imprescindível conversar tanto com quem sofre, quanto com quem pratica e, com isso, tornar o local acolhedor para ser seguro e livre de preconceitos. Vale lembrar: esses ocorridos devem ser passados para os professores e diretores das escolas. A empatia nesses casos é extremamente importante, além disso é crucial existir o acolhimento de quem passa por isso”, orienta Alyne.

Bullying pode ser considerado crime

Somente 124 dos entrevistados, um recorte de 0,5%, afirmam terem sido os autores da perseguição com os companheiros e não veem problema em tais ações. É válido ressaltar atitudes e determinadas falas se configurando como crime de injúria, passível de penalidades. Além disso, a lei 13.663/2018 é a responsável por estabelecer políticas afirmativas dentro das instituições de ensino a fim de conter os casos. Em uma perspectiva mais voltada para o diálogo, também é vital questionar posturas e abrir a mente para entender outros estilos, origens, histórias, perfis, comportamentos para vivermos em equilíbrio e harmonia.

Por fim, a especialista destaca: “a solução do bullying é uma sociedade inclusiva e livre de preconceitos, é imperativo também existir um sistema de conscientização, além de, em casa, ser ensinado sobre respeito”.

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