Codesal realiza simulados de evacuação no Calabetão e Bosque Real

A Defesa Civil de Salvador (Codesal) realizou, na manhã deste sábado (19), mais dois simulados de evacuação, ocorridos de forma simultânea. As atividades aconteceram na comunidade de Bosque Real, em Sete de Abril, e o outro no bairro do Calabetão.

A atividade simula a retirada rápida de moradores de uma área de risco após o acionamento da sirene do Sistema de Alerta e Alarme, e serve de treinamento para que os participantes saibam lidar com uma emergência real, como um deslizamento de terra, decorrente de chuvas fortes.

A programação também contou com uma roda de conversa. A do Bosque Real, conduzida pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), teve como tema “Ciclo de Cuidados na Infância”, aconteceu na Escola Novo Marotinho, que serve de abrigo provisório para desabrigados pela chuva. No Calabetão, o tema abordado foi “Os Efeitos das Mudanças Climáticas” e ocorreu na Escola Municipal do bairro.

“É importante reforçarmos a necessidade de expedientes, como o simulado de evacuação, serem tratados com muita seriedade. As pessoas não sabem como se comportar na hora do caos e da tragédia. Estamos aqui seguindo a máxima ‘treino duro, jogo fácil’ com os moradores e equipes da Codesal, Guarda Civil Municipal, Prefeitura-Bairro, Transalvador, SPMJ, Secretaria Municipal da Educação, enfim, uma série de atores envolvidos para que, diante de um risco real, todos saibam o que fazer”, disse do diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo.

Ele acrescenta que, além dos simulados, a Prefeitura tem feito um “trabalho hercúleo” para ampliar a malha de cobertura de contenção de encostas, com a implantação de geomantas desde 2016. O esforço se traduz na redução do número de mortes por chuvas fortes – em 2021, por exemplo, não houve uma morte sequer por esse motivo na capital baiana, mesmo com o temporal ocorrido no final desse ano.

Funcionamento – Fabiana Santana, subcoordenadora de ações comunitárias e educativas da Codesal, informou que os simulados de evacuação, que mobilizam 50 servidores da Prefeitura e contam com o comparecimento médio de 25 cidadãos por edição, são feitos todos os anos em todas as comunidades em que foram instaladas as sirenes de alerta. Em 2022, o simulado já foi realizado nas comunidades de Vila Picasso e Voluntários da Pátria, no bairro de São Caetano; Moscou I e II, em Castelo Branco; e em Bom Juá.

“Mobilizamos a comunidade uma semana antes do exercício prático do simulado. Elas são convidadas a sair de casa por técnicos da Codesal e seguem por rotas seguras para conhecer o abrigo provisório, onde os desabrigados pela chuva têm um local seguro para dormir e fazer suas refeições, até que um engenheiro possa autorizar seu retorno para casa”, explicou.

Estudante de enfermagem, Itamara Silva, 21 anos, é uma moradora do Bosque Real que vivenciou o drama de ser forçada a sair de casa por consequência de uma chuva torrencial. “Tive que abandonar minha casa inúmeras vezes. Uma vez o barranco encostou na casa, não chegou a derrubar, mas foi desesperador. Também vivi situações de alagamento, a gente obrigada a atravessar um rio com a água na cintura e com risco de pegar doenças. Por isso aceitei o convite para participar do simulado. Quero aprender o que fazer e para onde ir, caso enfrente outra catástrofe”, relatou.

Assistente social da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre), Eliana Suzart explicou que a pasta coopera com o simulado de evacuação, através do cadastramento das famílias residentes em área de risco e viabilizando uma alternativa de moradia, quando necessário.

“A Sempre está lado a lado com a Codesal porque quem vive em área de risco, vive em condição de vulnerabilidade social. Oferecemos kits dormitório, de higiene e limpeza para os abrigos. Além disso, a partir da vistoria da Codesal indicando necessidade de evacuação de uma família, a Sempre libera o auxílio-aluguel no valor de 300 reais, com duração de três meses a um ano, com possibilidade de prorrogação deste período e inclusão da família que teve seu imóvel comprometido em um programa habitacional”, concluiu. Foto: Jefferson Peixoto/Secom

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