Avaliação do governo Bolsonaro tem variação positiva , mesmo com a crise dos combustíveis, aponta pesquisa

Bolsonaro cresce três pontos nas intenções de voto para a eleição presidencial. Expectativa entre os beneficiados do Auxílio Brasil sobre o governo e retorno de eleitores que votaram em Bolsonaro em 2018 explica a melhora na avaliação.

A rodada da pesquisa Genial/Quaest de março indica que, apesar de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanecer na liderança entre as intenções de voto, índice que se mantém oscilando entre 45% e 44%, o presidente Jair Bolsonaro vem apresentando pequenos avanços, variando de 24% para 26%, resultado mais favorável para ele em relação aos últimos levantamentos.

Entre os destaques da pesquisa está a queda das avaliações negativas, em diferentes recortes. Um deles demonstra que houve uma redução de 22 pontos percentuais na avaliação negativa do governo para os eleitores que se beneficiam do Auxílio Brasil, caindo de 45% para 23%. Mesmo com a alta de gasolina e a economia se estabelecendo como principal preocupação entre os eleitores, um crescimento de 35% para 51%, a avaliação positiva do atual governo vai avançando para um melhor patamar desde o início das pesquisas, em 2021.

“A melhora marginal na avaliação do governo, com reflexos nas intenções de voto do presidente, está diretamente associada ao movimento de retorno de eleitores que votaram em Bolsonaro em 2018, mas que se frustraram com o presidente nos últimos anos. Agora, há dois movimentos simultâneos. Primeiro, eleitores de baixa renda que votaram em Bolsonaro em 2018 e passaram a receber o Auxílio Brasil estão mais otimistas com o governo. Segundo, eleitores de renda média que não acreditam mais na vitória da terceira via, estão voltando para o colo do presidente. Se a tendência se mantiver, Bolsonaro pode continuar crescendo no vácuo deixado pela terceira via”, diz o CEO da Quaest e responsável pela pesquisa, Felipe Nunes.

Na pesquisa estimulada, em que os entrevistados são apresentados aos candidatos colocados até o momento, Lula se mantém com 46% e Bolsonaro vai de 24% a 26%. Sérgio Moro fica de 8% para 6% e Ciro Gomes permanece com 7% das intenções de voto. Já na pesquisa espontânea, o número de indecisos permanece alto, com 48%. Lula fica com 27% e Bolsonaro chega a 19%. A pesquisa Genial/Quaest fez duas mil entrevistas entre 10 e 13 de março e tem margem de erro de dois pontos percentuais.

Em caso de um segundo turno, entre os apoiadores de Moro, 26% escolheriam Lula e 34% optariam por Bolsonaro. Outros 38% afirmam que preferem votar em branco ou nulo. No caso de Ciro, 52% já se decidiram por Lula, enquanto 22% dizem que podem mudar para Bolsonaro e outros 22% optam por deixar o voto em branco ou nulo.

Metodologia

A Pesquisa Genial/Quaest, que trabalha com metodologia inédita de acompanhamento da opinião pública brasileira, começou em julho de 2021 e se estenderá até novembro de 2022. No total, serão 24 rodadas de pesquisa nacional, cada uma delas implicando em duas mil coletas domiciliares face a face, realizadas nas 27 unidades da federação, abrangendo 123 municípios.

A partir das entrevistas domiciliares, é feita a decupagem, análise e estratificação dos dados por sexo, idade, escolaridade, renda e População Economicamente Ativa (PEA). A pesquisa também recebe tratamento estatístico de pós-estratificação para reduzir as chances de viés de seleção e de não-resposta. Trata-se do primeiro levantamento feito em âmbito nacional que combina coleta domiciliar com modelagem em pós-estratificação.

O nível de confiança da pesquisa Genial/Quaest é de 95%, com margem de erro máxima de 2%, para cima ou para baixo, em relação ao total da amostra.

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