Quase 60% dos brasileiros acham que homens são culpados pela maior ocorrência de abusos on-line, aponta Ipsos

Pesquisa “Dia Internacional da Mulher 2022” indica, ainda, outras percepções da população sobre violências contra as mulheres

Quase seis em cada dez brasileiros (58%) acreditam que a maioria dos casos de abuso em ambientes virtuais ocorre por causa dos homens. Este é o maior índice registrado entre os 30 países que integram a pesquisa “Dia Internacional da Mulher 2022”, realizada pela Ipsos entre 21 de janeiro e 4 de fevereiro. O índice brasileiro está muito acima da média global (35%).

A percepção de que os homens são os maiores culpados pela ocorrência dos casos de abuso on-line também é alta na Turquia (50%), na Suécia e na Itália (ambas com 49%), que aparecem logo após o Brasil neste quesito. Japoneses (18%), chineses (22%), singapurianos e russos (ambos com 25%) são os que menos concordam que a culpa é, principalmente, do sexo masculino neste tipo de situação.

Reação adequada

Os entrevistados também foram questionados sobre o modo como mulheres deveriam reagir em episódios de abuso no ambiente virtual. Para 65% dos brasileiros, elas não devem tolerar este tipo de situação, enquanto 21% das pessoas acreditam que a melhor forma de reagir é apenas ignorar. As médias globais são 78% e 35%, respectivamente.

Os maiores índices de apoio para que mulheres não tolerem situações assim nos espaços digitais foram registrados entre suecos (89%), canadenses (87%) e chilenos (87%). Já o maior estímulo para que estes episódios sejam ignorados pelas vítimas foi identificado entre peruanos (54%), sauditas (52%) e romenos (51%).

Exagero?

51% dos brasileiros discordam que muitas mulheres reagem de forma exagerada aos conteúdos que lhe são enviados on-line. É o maior índice de discordância, empatado com Suécia (também com 51%), entre os 30 países sondados pela pesquisa Ipsos. Os menores índices de discordância estão entre russos (11%), romenos (18%) e sauditas (19%).

Fora do ambiente on-line, quando o assunto é exagero ou mesmo invenção de alegações de abuso e estupro por parte das mulheres, apenas 11% dos brasileiros acham que isso ocorre com frequência. Suécia (8%), Holanda e Turquia (ambas com 6%) são os países que menos duvidam das palavras das mulheres que relatam estas agressões. Já Malásia (30%), Rússia (25%) e China (25%) registraram os maiores índices entre os que creem na recorrência de denúncias infundadas.

Mais uma vez, o Brasil registra um dos índices mais altos de discordância (70%), atrás apenas da Turquia (72%), sobre mulheres exagerando ou inventando abusos ou estupros.

Sobre a pesquisa

A pesquisa “Dia Internacional da Mulher 2022” foi realizada entre os dias 21 de janeiro e 4 de fevereiro. Foram entrevistadas 20.524 pessoas on-line, sendo aproximadamente 1.000 no Brasil, com idades entre 16 e 74 anos. Para o Brasil, a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Além do Brasil, integram a pesquisa: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Romênia, Rússia, Singapura, Suécia e Turquia.

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