A vice-presidente da Comissão de Reparação e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), pediu que o Ministério Público da Bahia investigue a loja Reserva, do Shopping Barra, após ato escancaradamente racista. O estabelecimento colocou um manequim negro “quebrando” uma vidraça, sugerindo uma pessoa negra invadindo a loja para roubar.
“Montagem racista e de extremo mau gosto, principalmente por ter sido feita na cidade mais negra do Brasil. Além disso, demonstra uma tremenda falta de empatia. O que as milhares de pessoas negras que circulam por ali diariamente vão sentir ao se deparar com aquilo? Com uma loja elitizada representando-os como assaltantes apenas devido à cor de sua pele?”, questionou a republicana.
“O Ministério Público precisa fechar o cerco contra essa loja. Felizmente, hoje Salvador conta também com o Estatuto da Igualdade Racial para garantir que atos racistas não saiam impunes. E a impunidade ainda é a principal motivação do racismo”, acrescenta.
Na semana passada, Ireuda também se manifestou contra uma loja do aeroporto de Salvador foi flagrada por um turista vendendo estatuetas representando mulheres e homens negros escravizados.
“Racismo puro, sem o menor pudor e com o maior descaramento. Como pode uma loja, localizada numa das cidades mais negras do mundo, na cidade que mais participou do tráfico de escravizados no Brasil, vender produtos que homenageiam um passado tão trágico? O Ministério Público precisa apurar esse caso o quanto antes”, diz Ireuda.
