Na Bahia famílias assentadas de Itamaraju ocupam a prefeitura do município por direitos

O prefeito Marcelo Angênica (PSDB) se nega a dialogar com manifestantes, Sem Terras prometem não desocupar o prédio até que as famílias sejam atendidas

As famílias do MST assentadas no município de Itamaraju ocupam o prédio da prefeitura desde a manhã desta quarta-feira (9), cobrando a realização das promessas de políticas públicas para a população rural feitas pelo prefeito Marcelo Angênica (PSDB).

Desde 2017 as famílias organizadas pelo Movimento vem tentando dialogar com a prefeitura sobre a urgência do cumprimento de direitos previstos para a execução da Reforma Agrária na região. Ao todo cerca de 250 manifestantes se mantêm na ocupação do prédio da prefeitura de Itamaraju, reivindicando a garantia das promessas reiteradas pelo atual prefeito.

Entre as principais reivindicações estão o acesso à políticas públicas por parte das famílias assentadas, nas áreas de infraestrutura e serviços básicos que contemplem o desenvolvimento das áreas rurais e de assentamentos. Sobretudo, no que se refere à construção, reforma e manutenção de estradas, postos de saúde, atendimento médico e escolas.

Itamaraju possui mais de 64 mil habitantes (IBGE), onde a grande maioria é residente das zonas rurais. A produção agrícola das famílias agricultoras e assentadas é uma das atividades econômicas mais importantes para o desenvolvimento do município, que fica no extremo sul baiano, há 740 km da capital, Salvador. Mesmo assim, não estão sendo contempladas com os investimentos da governança pública.

Impasses com o prefeito e a ocupação permanente

“Mostramos por meio desta mobilização nossa insatisfação com a administração pública que muito promete e pouco faz. Tentamos muitas vezes um diálogo com o Prefeito Marcelo Angênica em reuniões, o mesmo fez encaminhamentos que não foram cumpridos e se tornaram promessas. Há uma ineficiência em atender as demandas desta população. Portanto, nós que estamos sofrendo por parte da má administração pública exigimos mudanças”, afirmam Sem Terras manifestantes.

“Todos estamos na prefeitura de Itamaraju desde ontem e vamos continuar aqui até que o prefeito tenha o interesse de nos atender. O que nós queremos apenas são os nossos direitos. A escola está caindo os telhados, a estrada não tem condição de transporte, principalmente transporte escolar, a saúde que está sendo jogada às traças e o prefeito se quer fazer uma conversa com a gente.” – pronunciou David Pedroso, da direção estadual do MST na Bahia, declarando que a ocupação está mantida por tempo indeterminado até que sejam cumpridos os direitos exigidos.

No segundo dia de ocupação da prefeitura de Itamaraju as informações que foram divulgadas aos Sem Terra no local é de que “o prefeito continua irredutível, não vai nos atender hoje. E inclusive, vai entrar na justiça pedindo que a gente desocupe o imóvel da prefeitura […]”. Até a energia do prédio foi cortada para que houvesse a desocupação do prédio, mas os(as) Sem Terras permanecem no local e afirmam que se for preciso acionarão o Ministério Público.

“Nós não iremos desocupar o prédio da prefeitura até que o prefeito sente conosco para conversar” – enfatizou Maristela Cunha, da direção estadual do MST na Bahia. Dessa forma, as famílias organizadas pelo MST colocam mais uma vez sua pauta de reivindicações e exigem o atendimento dela por parte do governo municipal, afirmando que a ocupação na prefeitura permanecerá por tempo indeterminado, já que estão dispostos(as) a montar um acampamento com barracos e atividades permanentes, mantendo assim a luta pela Reforma Agrária.

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