Em ato, Marta destaca 20 anos do 16 de Maio: “Um dia simbólico da luta contra o autoritarismo que merece registro oficial na cidade”

Vereadora do PT trouxe à tona projeto de sua autoria, apresentado em 2009, aprovado na Câmara e enviado à prefeitura a época, para que dê nome de viaduto 16 Maio no local onde a PM iniciou violenta repressão a manifestantes

Em um ato simbólico no Vale do Canela, neste domingo (16), a líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, vereadora Marta Rodrigues (PT), lembrou que se completam duas décadas do dia 16 de maio de 2001, considerado um marco na luta pela democracia da capital baiana: a invasão à Faculdade de Direito da UFBA pela PM, na época do governo Cesar Borges, e a violenta repressão à manifestação de mais de oito mil pessoas que pediam a cassação do então senador ACM, após o político ter violado a lei e quebrado o sigilo do painel eletrônico do Senado.

“O dia 16 de maio de 2001 tem que ser registrado, o viaduto nomeado 16 de maio, porque marca a trajetória do povo soteropolitano e baiano contra o autoritarismo e as arbitrariedades do carlismo. Fomos violentados como cidadãos. A UFBA, uma instituição federal, foi invadida pela polícia militar contrariando a Constituição Federal. Jovens, professores, pais e mães foram agredidos com uma força brutal da polícia, porque exercíamos nosso direito de liberdade de expressão. Foi um exemplo nítido de um governo moldado pela ditadura militar”, recorda.

Marta lembra, ainda, que apresentou em seu primeiro mandato, em 2009, um projeto de indicação para que o viaduto Nelson Sampaio, onde os manifestantes foram surpreendidos pela tropa de choque e cavalaria da PM com alto grau de violência naquele dia de 2001, passasse a se chamar Viaduto 16 de Maio. “Foi um projeto que foi aprovado na Câmara e enviado a prefeitura. O projeto de número 70/2009, também foi defendido pelo Conselho da Universidade Federal da Bahia, que se reuniu um dia após o episódio do 16 de maio”.

Participaram do ato simbólico o presidente municipal do PT, Ademario Costa, à época vice- presidente da UNE; o diretor da Faculdade de Direito, Júlio Rocha; o gestor público Charles Darwin, na época diretor acadêmico do Curso de Direito Ruy Barbosa; os diretores do DCE naquele ano, contador e advogado Marcos André, e Kleber Rosa, o então deputado e militante do movimento negro, Luiz Alberto; o deputado estadual Marcelino Galo; o educador Zilton Rocha, também deputado no período; o autor do documentário do 16 de Maio, cineasta Cau Rocha; a representante da Fundação Perseu Abramo, Elen Coutinho; o militante Rodrigo Pereira; presidenta da Comissão de Promoção de Igualdade Racial da OAB-Ba, Dandara Pinho, dentre outras representatividades.

O projeto justificava o pedido no fato de que a luta pela verdade e pela democracia, que batizaram o protesto, é uma pauta defendida “irrefutavelmente” pela comunidade acadêmica e que o 16 de maio cerceou o direito constitucional, previsto no artigo 5, da de livre manifestação .

“Naquele dia, iniciando naquele viaduto, foram brutalmente agredidas a comunidade acadêmica, estudantes e professores, autoridades representativas, deputados e vereadores. Foi uma ilegalidade, um momento de anulação dos direitos democráticos pela força policial. E é importante marcar para que não se repita”, declarou.

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