‘Se depender do governo federal e de seus aliados, morre toda a população vulnerável e com comorbidades’, diz Marta Rodrigues sobre pandemia

A vereadora do PT criticou também um ato com aglomeração e ausência de máscaras em Salvador, no último domingo (28), realizado por um grupo contrário às medidas de restrição inevitáveis para preservar vidas

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia Makota Valdina, da Câmara de Salvador, Marta Rodrigues (PT) disse que a falta de ação e de combate à Covid19 pelo Ministério da Saúde aponta, mais uma vez, para projeto político do governo federal de propositadamente ocasionar mortes, em sua maioria da população idosa, pobre, e negra, mais vulnerável às comorbidades que agravam a doença.

“Está nítido objetivo de deixar as pessoas morrerem, recusando leitos aos estados, dificultando vacinas, não contabilizando dados estatísticos. Há um ano estudiosos e pesquisadores tem alertado para o fato de a população negra, maioria do país, ser também maioria das vítimas na pandemia por apresentarem comorbidades que agravam a doença. A população negra, pobre, idosa, e com problemas de saúde, está sendo largada para a morte pelo governo federal”.

Segundo Marta, os dados da Secretaria de Saúde do Estado, por exemplo, mostram que dos 11.819 vítimas fatais na Bahia, 69,75 são negras (55,03 pardos e 14,72 pretos), seguidas por pessoas brancas (20,60%), amarela (%0,55), indígenas com 0,14%. O percentual de casos com comorbidades, diz a Sesab, foi de 70,35%, maior parte de doenças cardíacas e crônicas.

“As medidas de restrição, o não retorno às aulas, a luta do governo da Bahia pela aquisição de vacinas e a cobrança junto ao STF, são justamente para evitar que o nosso povo morra. Quem está aliado a Bolsonaro num momento desse, está claramente ao lado da morte e a população precisa saber disso. Nós, que estamos ao lado da vida, temos o dever democrático de alertar”, pontuou.

Ainda conforme a petista, se não fossem as ações dos Estados e Municípios em conjunto, o número de morte poderia ser muito maior. “O mundo todo está vendo o que acontece no Brasil, mas ainda temos muito o que caminhar nos parlamentos para fazer a população entender quem está do lado dela, e que estamos vivenciando um dos piores momentos de nossa história. Se não fossem os estados e municípios, e até então as decisões acertadas do STF de dar permissão para os executivos conduzirem a vacinação e obrigando a União a dar leitos para Bahia, a situação seria muito pior do que já é”, destacou.

Para a vereadora, o discurso de que a crise na saúde sempre existiu, como dito à imprensa por Bolsonaro, é para alimentar a alienação popular promovida pelos seus seguidores, inclusive em Salvador, onde aconteceu uma caminhada no bairro da Barra, no último sábado, contra o decreto estadual e com a presença de pais que querem o retorno presencial das aulas nesse pior momento de pandemia.

“Bolsonaro quer alienar mais as pessoas, quando tenta amenizar a crise na saúde dizendo que o Brasil sempre teve problemas na área. Engana os desavisados, e alimenta o seu gado. O desmonte na saúde começa após o impeachment de Dilma quando ele era deputado, com sucessivos ataques, a exemplo da emenda 95 que congela verbas do SUS por 20 anos e da PEC 186 que retira da União o orçamento para saúde e educação”, declarou.

Categorias: Noticias

Comentários estão fechados