Mais de 434,5 mil adolescentes se tornam mães por ano no Brasil

Profissionais de saúde, educação e áreas sociais alertam sobre a importância de disseminar informações educativas e preventivas para reduzir a incidência da gravidez na adolescência, um problema de saúde pública que eleva a prevalência de complicações gestacionais, além de abraçar problemas socioeconômicos ao induzir um ciclo vicioso de baixa escolaridade e pobreza.

A cada mil meninas, 68,4 se tornam mães ainda na adolescência. Atualmente, mais de 434,5 mil adolescentes se tornam mães por ano no país (Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, 2020). Entre as causas de maternidade precoce estão os elevados índices de casamentos infantis, organizados pelas próprias famílias, a extrema pobreza, a violência sexual e a falta de acesso aos métodos anticoncepcionais. Em 2020, mais um fator pesou muito nesse cenário: o fechamento das escolas em razão da Covid-19 – e isso terá impactos consideráveis também em 2021.

“Com as escolas fechadas, perde-se muito além da educação: perde-se também o contato social, o apoio de colegas e professores, o acesso a informações sobre saúde e direitos sexuais e reprodutivos, sendo que esses efeitos negativos recaem principalmente sobre as meninas. E quando se fala da população carente, depois que as meninas abandonam a escola e passam a ajudar em casa, a colaborar com a subsistência da família, geralmente é muito difícil elas voltarem”, afirma o Dr. Gabriel Monteiro, ginecologista, obstetra e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro.

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