Entidades se manifestam sobre violência contra jovens negros

A postura de seguranças do Salvador Shopping contra dois adolescentes negros na última segunda-feira, 28, causou espanto e revolta de entidades que lidam com os direitos das crianças e adolescentes na capital baiana.

De acordo com Renildo Barbosa, coordenador do Fórum de Defesa de Crianças e Adolescentes de Salvador (Focas), “tudo chegou pelas redes sociais e acionamos os órgãos competentes”. Renildo ainda informou que o caso será encaminhado para a Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca).

Por meio de nota, o Salvador Shopping lamentou o ocorrido, pede desculpas pelo comportamento dos colaboradores que aparecem no vídeo e alega que o vídeo corresponde ao final de um longo período de negociação, onde os jovens estavam causando desordem e ameaçando clientes e funcionários.

“Nós sugerimos uma mudança nesse trabalho feito com os profissionais dos shoppings, afinal, só desculpas e nota de repúdio não vão resolver a questão do racismo estrutural”, afirmou o coordenador do Focas.

Segundo ele, este é, sim, mais um caso de racismo, pois mais uma vez as vítimas são negras. “Também é um caso de racismo, afinal, como sempre, as vítimas são pessoas negras, além de ser uma repreensão pelo seu poder econômico. Os adolescentes estavam vendendo produtos para tentar sobreviver”, relatou.

O Ministério Público, por meio da assessoria de comunicação, informou que está aguardando a chegada da remessa do caso para adotar providências. A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional da Bahia, emitiu nota de repúdio por meio da Comissão de Promoção da Igualdade Racial.

Procurada por meio da assessoria de imprensa, a Defensoria Pública do Estado não respondeu até a publicação desta reportagem.
(A Tarde) Foto:Reprodução

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