Perto de encerrar o mandato como prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) descartou ontem a possibilidade de assumir um ministério no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na semana passada, o jornal O Globo informou que, para enfraquecer o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), aliados de Bolsonaro defenderam a indicação do democrata soteropolitano para a chefia de alguma pasta em Brasília.
“O meu apoio (ao governo) será sempre voluntário. Não há hipótese de eu pleitear qualquer cargo nem para mim nem para ninguém no governo. Eu não fui convidado para ocupar nenhum cargo no governo. Esse convite não existiu nem existiria. Por um simples motivo, todos sabem quais são os meus planos para 2021. Inclusive, lá em Brasília. Todo mundo sabe. Não há sequer a hipótese de especulação a respeito de eu puder ir para qualquer ministério. Essa hipótese não existe simplesmente. Eu não cogitaria isso, e o governo sabe da minha posição há muito tempo. Daí porque não houve convite”, afirmou ACM Neto.
O prefeito, que se reuniu recentemente com Bolsonaro, disse, no entanto, que está disposto a ajudar o presidente da República, caso queira. “Toda vez que ele quiser conversar, eu estarei à disposição para conversar. Acho que política se faz construindo pontes, na base do diálogo. Eu sou presidente nacional de um partido. Daí porque tenho uma visão e uma vivência que não é apenas de Salvador, da Bahia, mas é do Brasil. Se o governo quiser a minha contribuição na construção de uma agenda para o futuro do país, eu estou à disposição”, pontuou.
ACM Neto ainda fez questão de elogiar o secretariado de Bruno Reis. “Não existem escolhas pessoais minhas ou de Bruno, porque nós integramos a mesma família política desde o dia que ambos começaram. Então, não tem essa coisa de dizer que fulano é de Bruno, beltrano é Neto. No nosso grupo, todos me representam como sei que representam Bruno. Então, nós conversamos ao longo da montagem do governo dele, e, em algum momento, ele me pediu alguns conselhos, opiniões. Mas a decisão foi dele, e muito bem tomada para montar a sua equipe”, declarou. “(Considero) que ele montou um grande time para administrar a cidade a partir do dia 1º de janeiro. Eu me sinto inteiramente representado por cada um dos secretários e pelo conjunto. Às vezes, você se sente representado pelo conjunto, mas tem alguma divergência com A, B ou C. Às vezes, é o contrário, você gosta de alguém, mas não se sente representado. Eu me sinto representado pelo conjunto e por cada uma das pessoas que ele escolheu. As pessoas que me trouxeram até aqui foram as mesmas que trouxeram Bruno até aqui. Eu não tive que pedir nada a Bruno. É bom deixar isso claro, e eu coloco isso de maneira muito positiva. Por quê? Porque as decisões que ele tomou todas me atenderam perfeitamente”, emendou.
Das 22 secretarias do governo de Bruno Reis, 12 serão ocupadas por nomes que não estavam no primeiro escalão da gestão ACM Neto. “Eu procurei me cercar dos melhores. Por isso que alguns nomes foram mantidos nas posições que estavam. Tiveram nomes que foram remanejados, que davam excelentes contribuições nas pastas, mas entendemos que precisavam de novos desafios e metas. Estão atuando em outras pastas, e tivemos nomes novos, como a cidade esperava. Afinal de contas, é um novo governo”, disse o prefeito eleito.
(Tribuna da Bahia)
