Neto diz que, se precisar, vai à Justiça para garantir vacina

Ao criticar novamente o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por falta de planejamento para vacinar a população contra a Covid-19, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), disse ontem que, se precisar, vai à Justiça para garantir o imunizante aos soteropolitanos.

“Infelizmente, (o governo federal) abdicou do planejamento, abdicou da preparação. Não há conversa, não há articulação do Ministério da Saúde com estados e municípios. Isso é gravíssimo. No Reino Unido, as pessoas começaram a tomar vacina. Eu tenho amigos, que moram lá, brasileiros, que têm mais idade, e estão agendados para semana vem tomar vacina. Pelo amor de Deus, não é razoável o que está acontecendo no Brasil. Espero que a vacina seja segura e aconteça o quanto antes. (…) Ou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai liberar ou terá que se recorrer à Justiça. E eu estou disposto a recorrer à Justiça, tendo a vacina para comprar, eu já disse a Léo (Prates – secretário municipal de Saúde): nós vamos para Justiça para pedir o direito de comprar a vacina. Não vou poupar nenhum esforço em relação a isso. Se preciso, vamos à Justiça para pedir à Justiça nos conceda o direito de comprar a vacina, e começar a imunizar as pessoas. Isso é preciso ser prioridade 0 no Brasil”, declarou.

Ontem, o governo de São Paulo informou que o plano de vacinação no estado, com a CoronaVac, começa no dia 25 de janeiro de 2021. O primeiro grupo a receber a vacina contra o coronavírus engloba profissionais de saúde, indígenas e quilombolas de todo o estado. Produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a vacina ainda está na terceira fase de teste, em que a eficácia precisa ser comprovada antes de ser liberada pela Anvisa.

O governo também anunciou que 4 milhões de doses serão vendidas para outras regiões do país. Segundo o governador João Doria (PSDB), oito estados já manifestaram interesse. ACM Neto disse que tem conversado com o governo de São Paulo e o Instituto Butantan para adquirir a vacina. “Mas tem uma coisa que precede que é a liberação da Anvisa. Caso contrário, terá que começar haver um movimento em direção ao Judiciário, para que o Judiciário libere a vacina. Ainda não existe nenhuma vacina liberada. Como eu vou marcar a data se não tem nenhuma vacina liberada? Não tem como essa marcação de data. Primeiro temos que ter vacina para depois a gente saber quando começa a distribuir essa vacina. O que torna ainda mais séria a posição do governo federal”, reforçou.

Doria disse esperar que a CoronaVac seja incluída no Programa Nacional de Imunização, mas garantiu que o cronograma estadual será mantido independentemente das datas estipuladas pelo governo federal. “No dia 25 de janeiro, se pudermos ter o governo federal do nosso lado será bem-vindo, não há nenhuma hostilização, nenhum fator que nos impeça de incorporarmos ao programa estadual de imunização ao programa nacional de imunização. Mas se não o fizer, em São Paulo, no dia 25 de janeiro, começamos a salvar vidas no nosso estado com a CoronaVac”, afirmou o governador paulista.(Tribuna da Bahia) Foto: Romildo de Jesus / Tribuna da Bahia

Categorias: Noticias

Comentários estão fechados